A humildade é a parte mais bela da sabedoria! |
Na sociedade em que vivemos, a cada dia, as pessoas
têm se importado menos com o outro e os conceitos de beneficência e empatia têm
estado cada vez mais escassos. Olhar para o outro com generosidade e afeto
parece não preencher parte da vida agitada que todos nós levamos e a humanidade
tem se esvaziado dos sentimentos primitivos relacionados à bondade. Cada pessoa
carrega consigo um mundo de sonhos, medos, dúvidas, angústias e problemas que
fazem muito sentido para si, mas não para o outro porque cada ser humano é
único e seu universo particular não pode ser representado na vida de mais
ninguém. Por isso mesmo, quando estamos na situação de ser esse outro, devemos
fazer o exercício mais extremo de compreensão e solidariedade para que o
respeito pelos sentimentos alheios seja levado em conta. É interessante notar que embora não haja
padrões de comportamento sociais tão engessados, algumas coisas não mudam
nunca. Não podemos permitir que assassinatos tenham prerrogativas, que racismo
tenha explicação, que feminicídio seja justificado, que violência seja
tolerada. Quando aceitamos que fatos como esse aconteçam estamos dizendo
simbolicamente que não nos importamos com o sofrimento de nossos semelhantes,
que se a afronta for com meu vizinho não tem problema, que morra qualquer um,
menos eu. Parece cruel a positividade dessas afirmações, mas é a forma mais
honesta de dizer que devemos olhar para os problemas alheios como se nossos
fossem, exatamente porque um dia podem ser e nessas incríveis voltas que o
mundo não deixa de dar podemos precisar baixar a cabeça e ouvir aquela voz
silenciosa nos dizer: eu bem que avisei. Importar-se com seus semelhantes é
típico de espíritos grandes, é próprio de pessoas que conseguem vislumbrar o
sagrado além do profano e praticar a compreensão por onde passam. Para o ano
que quase termina e para a vida que segue: reciprocidade. Que possamos fazer ao
próximo o que queremos para nós e que mesmo em meio a clichês e frases prontas
tenhamos a noção de que ser feliz depende de nós, mas depende também da felicidade
dos que nos cercam. Que mesmo em meio a esse blá blá blá sobre os tropeços que
tivemos, possamos reconhecer que sem ele “nada seríamos” e não saberíamos hoje
a melhor maneira de bem caminhar.
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