Há governantes sem consciência do quanto precisaram dos professores |
Infelizmente, nem todos políticos e governantes tem
consciência de que ser professor é uma das mais belas profissões que existem.
Se eles perguntassem para seus próprios filhos e netos menores de idade, o que
elas querem ser quando crescer, uma boa parte irá responder: “professor”. É um
trabalho bonito mesmo, mas que carrega uma carga de falta de reconhecimento, má
remuneração, condições inadequadas de serviço e mais um pouco de desrespeito dos
que não são educados em casa. Não são poucas as ocorrências policiais, que
envolvem professores vítimas de alunos violentos. Esse é simplesmente o reflexo
da realidade atual. O professor está amordaçado. Ele não pode dizer muito,
porque é arriscado apanhar do próprio aluno. Mas, as crianças e os adolescentes
não nasceram assim. Esse comportamento é ensinado em algum lugar. Há poucas
semanas, a mãe de uma estudante agrediu fisicamente uma professora, que atua
como coordenadora, no meio do corredor da escola. Câmeras de segurança gravaram
o momento. Esses são os casos que se tornaram públicos. Mas, e aqueles em que
não são noticiados? Deixar o lar dia após dia para ensinar meninos e meninas no
auge na agitação, muitas vezes em uma sala quente e lotada, receber pouco por
isso e ainda ser agredido verbal e fisicamente, é dose, não é? Eis a figura do
professor atual. Uma docente certa vez me denunciou que na sala dela tem alguns
alunos traficantes. Esses já chegaram a assistir aula visivelmente drogados.
Ela desabafava com tristeza, pois não pode fazer muito mais do que dar
conselhos. Revelou também sentir insegurança, pois dar aula no turno da noite
tem dessas e não há policiamento suficiente. O jeito é contar com a sorte. A
coordenação de uma escola é mais complexa do que muitas delegacias. A todo o
momento chega professor com aluno expulso de sala de aula por agir com
desrespeito ou coisas piores. Não há presente permanentemente a figura do
psicólogo nos colégios. Quem acaba assumindo esse papel é o coordenador. De um
lado o estudante problemático e que quer descontar sua raiva na escola. Do
outro, o professor que precisa ser forte para lidar com as individualidades de
cada um de seus alunos. Você já parou para saber como as crianças e
adolescentes da sua casa andam se comportando na escola? Você ensina aos seus
filhos a respeitar quem está dentro de sala? Ou você é o tipo de pai ou mãe
superprotetor (a) que vai com quatro pedras na mão para jogá-las no professor
que ousou repreender seu filho? Reflita.
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