Cuma promete um milhão ao bezerrinho que o apóia, mas do milho só sobram as migalhas |
Uma prática típica dos anos em que Itabuna era chamada de Tabocas, a compra de votos, atravessa décadas e continua em vigor até hoje na maior cidade do sul da Bahia, apesar das leis e da maior fiscalização por parte das autoridades e da sociedade civil. E este não é um mal que se restringe aos itabunenses, pois de norte a sul do Brasil, votos são comprados com uma extensa lista de benesses, em que o dinheiro vivo e às vezes até cheque são a principal moeda utilizada. São usados também material de construção, cesta básica, gasolina, comida e bebida, dentaduras, pneus, televisão e até mesmo redução de carga horária no serviço público. Toda eleição é precedida da farra de “captação ilícita de sufrágio”, nome pomposo dado à nefasta compra de voto. Esta prática não é a causa da corrupção, ela é apenas uma das faces da mercantilização da política. As pessoas votam em troca de alguma coisa: os vereadores votam na Câmara em troca de cargos e as lideranças políticas vendem seu apoio em troca de dinheiro. Existem também os dirigentes de clubes, associações e os empresários, comerciantes e empreiteiros, que se ajuntam aos políticos que eleitos, podem os beneficiar em seus interesses de "mamarem nas tetas do poder"! Este é o fato e está na matriz da nossa cultura política. Mas o mesmo político que promete um milhão de reais, ou alto cargo no governo, para o eleitor a ajudar a ser eleito, é o mesmo que depois abandona o povo e o deixa sem emprego e sem dinheiro. Isto é o calote contra eleitor, que se submete à condição de prostituta e merece ser traidor, pra deixar de ser a causa de um problema, que prejudica toda a sociedade e faz a cidade ficar doente e intranquila. No pinico do político que compra voto e o eleitor que vende voto, ninguém sabe quem é mais fétido e repugnante.
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