Para eleger corruptos, é melhor os generais estarem no poder! |
Estão abertas as
apostas para as próximas eleições. Para além de todas as especulações sobre
candidatos de fora do sistema político – como Luciano Huck e Joaquim Barbosa -,
um ator importante que deverá influir no enredo da eleição de 2018 ainda não
tem papel definido: o governo federal. Hoje, Temer e companhia são a Geni de
quase todos os presidenciáveis. Daqui a 10 meses, talvez o governo não sirva
apenas para apanhar ou para cuspir. Se a melhora da economia se traduzir em bem
estar da população, é capaz de um candidato ou outro vir a cortejá-lo. Essa
eventual mudança de cenário daria um palanque eletrônico para Temer se defender
ao longo da campanha eleitoral, mas seria um complicador para Alckmin e os
candidatos que pretendem ocupar o centro do cenário político conseguirem sair
do dígito solitário que têm nas pesquisas de intenção de voto até agora. Quanto
demorará para os indícios de retomada da economia evoluírem consistentemente ao
ponto de provocarem uma mudança de humor da opinião pública? Quantos novas
vagas de emprego com carteira assinada serão necessárias para produzir tal
mágica? Qual o tamanho do aumento da massa salarial seria preciso? Não há
respostas definitivas para essas perguntas. O retrospecto mostra apenas que o
bolso elege, mas sua memória é curta. Vale o que aconteceu no ano da eleição –
mais especificamente, nos meses finais da campanha. O exemplo que governistas,
de quaisquer colorações, sempre lembram é o Plano Real, em 1994. Após a troca
da moeda, FHC ultrapassou Lula em semanas. Mas não há o bode na sala que
existia então. O fim da inflação literalmente do dia para a noite provocou uma
mudança tão surpreendente quanto repentina no humor nacional, e o que era uma
eleição de mudança virou uma eleição de continuidade. Nada indica que haverá
uma mudança assim em 2018. O mais provável é que o aquecimento seja lento,
gradual e inseguro. Nada tão dramático ao ponto de transformar o candidato
governista de azarão em favorito, mas o bastante para aumentar a lista de presidenciáveis
e a incerteza sobre a eleição. Previsões sobre resultado, só após 2 de outubro
de 2018.
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