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| Rui deu as Costas para a segurança dos baianos |
Não
importa o que digam. Para todos os lados que olho, eu vejo uma fumaça tomando
formas gigantescas, encobrindo tudo o que vê pelo caminho. Essa fumaça é a
violência. Meu amigo José Carlos de Freitas entrou para as estatísticas. No
final de semana entraram na casa dele e roubaram um pouco do que ele conseguiu
conquistar com muito esforço. Ele ficou abalado, não conhecia a sensação de
perder as coisas de uma forma tão ruim. Eu lamentei por não conseguir construir
um mundo melhor para que meu amigo e tantas outras pessoas do meu convivo
possam simplesmente viver em paz. Lamentei saber que nada seria feito para que
ele conseguisse recuperar os bens. Meu amigo é um homem otimista, sorridente e
durão. Mas, aquele episódio me fez ver tristeza no seu olhar. Vi uma faísca de
esperança se apagando e foi duro. Eu o consolei e disse que pelo menos o
prejuízo havia sido pequeno. “Para um aposentado como eu e com problemas de
saúde o prejuízo é sempre grande, meu amigo”, disse ele. Voltei para casa e
acessei as redes sociais. Lá, diversos relatos de pessoas vítimas da criminalidade
naquele mesmo dia. Gente que teve a moto ou o carro roubado, gente que teve o
celular subtraído, gente que também teve a casa invadida. Gente como eu e você.
Gente refém do medo. E até mesmo para trabalhar está difícil. Uma equipe de uma
TV local foi interceptada por criminosos armados numa dessas incursões de busca
de notícias. Para gravar no bairro, a repórter precisou pedir autorização de
membros de facção. E veja que não estamos falando dos morros do Rio de Janeiro,
leitor. Perdemos o controle? Itabuna está sendo tomada? Os Raios A, B e DMP vão
levar a melhor nessa história? Eu não quero acreditar. Já fui vítima da
violência mais de uma vez. Mas isso não me isenta de passar por tudo de novo.
Os bandidos se sentem deuses. Nossa cidade está praticamente desprotegida. O
Governo Estadual se recusa a tomar providências. A causa desse drama está nos
fatos de Itabuna ter atualmente, apenas um terço dos policiais militares, que possuía
há dez anos; nos últimos 5 anos, 6 postos policiais terem sido desativados;
haver hoje menor quantidade de viaturas policiais; presídio superlotado e
dezenas de escolas, empresas e indústrias fechadas.
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