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28 de outubro de 2017

PARECE HAVER UM COMPADRIO ENTRE CUMA E A JUSTIÇA


O poder de Cuma sobre a Justiça é cavalar e estranho!
É do conhecimento de todos que, nos dias atuais, a Justiça é representada simbolicamente por uma estátua de mulher de olhos vendados, segurando numa das mãos a balança e, na outra, a espada. O primeiro instrumento pesa o direito que cabe a cada uma das partes. E a espada simboliza a defesa dos valores daquilo que é justo. É apenas uma representação simbólica. Mesmo na era digital, a balança da estátua se assemelha as da Idade Média, quando o Direito era usado única e exclusivamente para perpetuar os privilégios e conquistas dos que detinham o poder. Já a espada, em nenhum momento rompeu com o compromisso de priorizar a defesa da propriedade, mesmo em detrimento dos valores daquilo que é justo. Sobre a venda nos olhos, todos nós aprendemos que é o símbolo da imparcialidade daqueles que representam o Estado e do esforço humano – sempre passível de erros - de evitar privilégios na aplicação da Justiça. Quando a deusa foi vendada? Há quem afirme que esse adereço, nos olhos da Justiça, aparece no império romano. Para outros, é uma criação de artistas da Idade Média para denunciar a parcialidade dos julgadores e criticar a dissociação do Direito em relação à Justiça. A dúvida sobre a necessidade de deixar a justiça cega persiste: serve para assegurar a imparcialidade ou é uma demonstração de força e poder das elites para assegurar privilégios e impunidades, que se perpetuam em atuações e sentenças dadas nos tribunais? O prefeito ilegítimo de Itabuna, Fernando Gomes (Cuma), certamente está torcendo muito, no seu dia-a-dia e, principalmente, na tarefa rural de cuidar de suas vacas e bois, para que a venda nos olhos da estátua lhe assegure uma confortável distância daquele braço armado com a espada, com o deleite da esperança de que a estátua de olhos vendados continue sendo a da Idade Média.

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