O poder de Cuma sobre a Justiça é cavalar e estranho! |
É do conhecimento de todos
que, nos dias atuais, a Justiça é representada simbolicamente por uma estátua
de mulher de olhos vendados, segurando numa das mãos a balança e, na outra, a
espada. O primeiro instrumento pesa o direito que cabe a cada uma das partes. E
a espada simboliza a defesa dos valores daquilo que é justo. É apenas uma
representação simbólica. Mesmo na era digital, a balança da estátua se
assemelha as da Idade Média, quando o Direito era usado única e exclusivamente
para perpetuar os privilégios e conquistas dos que detinham o poder. Já a
espada, em nenhum momento rompeu com o compromisso de priorizar a defesa da
propriedade, mesmo em detrimento dos valores daquilo que é justo. Sobre a venda
nos olhos, todos nós aprendemos que é o símbolo da imparcialidade daqueles que
representam o Estado e do esforço humano – sempre passível de erros - de evitar
privilégios na aplicação da Justiça. Quando a deusa foi vendada? Há quem afirme
que esse adereço, nos olhos da Justiça, aparece no império romano. Para outros,
é uma criação de artistas da Idade Média para denunciar a parcialidade dos
julgadores e criticar a dissociação do Direito em relação à Justiça. A dúvida
sobre a necessidade de deixar a justiça cega persiste: serve para assegurar a
imparcialidade ou é uma demonstração de força e poder das elites para assegurar
privilégios e impunidades, que se perpetuam em atuações e sentenças dadas nos
tribunais? O prefeito ilegítimo de Itabuna, Fernando Gomes (Cuma), certamente
está torcendo muito, no seu dia-a-dia e, principalmente, na tarefa rural de
cuidar de suas vacas e bois, para que a venda nos olhos da estátua lhe assegure
uma confortável distância daquele braço armado com a espada, com o deleite da
esperança de que a estátua de olhos vendados continue sendo a da Idade Média.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.