A Emasa não tem feito nada para evitar novo drama com a seca |
A conhecida canção No último pau de arara, já interpretada por grandes vozes
da música popular brasileira, como Gilberto Gil e Raimundo Fagner, retrata as aflições
vividas pelo sertanejo, que sofre com os longos períodos de estiagem e muitas
vezes se vê obrigado a deixar sua terra natal. Num dos trechos, entretanto, o
autor traduz fielmente uma realidade que o nordestino sabe muito bem: “A vida
aqui só é ruim quando não chove no chão, mas se chover dá de tudo, fartura tem
de porção…”. Esses versos servem para ilustrar perfeitamente o que aconteceu
ano passado em nossa região sulbaiana. A região viveu uma das maiores secas das
últimas décadas. No pasto, metade do rebanho bovino pereceu. Da terra, pouca
jaca, banana e cacau brotavam. Rios, riachos e represas secaram. O sulbaiano só
não passou fome por causa dos programas sociais do governo federal. Eis que os
céus foram generosos este ano e tem chovido bem sobre este pedaço esquecido do
Estado. Quase imediatamente a paisagem mudou. O verde voltou a predominar, o
rebanho que sobreviveu à escassez de pasto começou a ganhar peso e já se prevê
um aumento grande na produção de leite, banana, café e hortaliças. Desde então,
algumas ações vêm sendo adotadas, desde as mais simples, como a instalação de
cisternas para captar a água da chuva e poços artesianos, até a construção da
barragem do rio colônia. Entretanto, ainda falta muito para que o problema seja
minimizado. Volta e meia, municípios sulbaianos passam por crises hídricas e
precisam ser abastecidos por carros-pipas e contar com construções de cisternas
e poços artesianos. É preciso a adoção de uma política de desenvolvimento
sustentável para o sul da Bahia, democratizando o acesso à água. A seca não é
apenas um problema climático; é também social.
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