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27 de agosto de 2017

E SE A ESTIAGEM VOLTAR?


A Emasa não tem feito nada para evitar novo drama com a seca
A conhecida canção No último pau de arara, já interpretada por grandes vozes da música popular brasileira, como Gilberto Gil e Raimundo Fagner, retrata as aflições vividas pelo sertanejo, que sofre com os longos períodos de estiagem e muitas vezes se vê obrigado a deixar sua terra natal. Num dos trechos, entretanto, o autor traduz fielmente uma realidade que o nordestino sabe muito bem: “A vida aqui só é ruim quando não chove no chão, mas se chover dá de tudo, fartura tem de porção…”. Esses versos servem para ilustrar perfeitamente o que aconteceu ano passado em nossa região sulbaiana. A região viveu uma das maiores secas das últimas décadas. No pasto, metade do rebanho bovino pereceu. Da terra, pouca jaca, banana e cacau brotavam. Rios, riachos e represas secaram. O sulbaiano só não passou fome por causa dos programas sociais do governo federal. Eis que os céus foram generosos este ano e tem chovido bem sobre este pedaço esquecido do Estado. Quase imediatamente a paisagem mudou. O verde voltou a predominar, o rebanho que sobreviveu à escassez de pasto começou a ganhar peso e já se prevê um aumento grande na produção de leite, banana, café e hortaliças. Desde então, algumas ações vêm sendo adotadas, desde as mais simples, como a instalação de cisternas para captar a água da chuva e poços artesianos, até a construção da barragem do rio colônia. Entretanto, ainda falta muito para que o problema seja minimizado. Volta e meia, municípios sulbaianos passam por crises hídricas e precisam ser abastecidos por carros-pipas e contar com construções de cisternas e poços artesianos. É preciso a adoção de uma política de desenvolvimento sustentável para o sul da Bahia, democratizando o acesso à água. A seca não é apenas um problema climático; é também social.

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