Ex-Ministra do STJ, Eliana Calmon denunciou bandidos de toga |
Quando o ministro Gilmar Mendes
deu o voto decisivo para libertar o mega-criminoso Zé Dirceu e acusou o MPF de
imaturo, pretensioso e “estar praticando uma brincadeira juvenil!”,
imediatamente pensei em Rui Barbosa: “A justiça atrasada não é justiça, senão
injustiça qualificada e manifesta” e Stanislaw Ponte Preta: “Ou restaure-se a
moralidade, ou nos locupletemos todos!”. O problema em Stanislaw é que existe
uma parcela muito significativa de brasileiros que não está querendo se
locupletar, mas quer trabalhar e criar os filhos honestamente. Essa parcela
significativa dos brasileiros derrubou os percentuais de intenção de voto dos
tucanos e outros candidatos para a presidência em 2018, quando denunciados como
envolvidos na Lava Jato. Ao contrário dos eleitores de Lula, que por mais que
se demonstre o quanto ele é corrupto e inescrupuloso, votam nele, por fanática
devoção ou igualmente, mínima ausência de escrúpulos. Essa parcela
significativa de brasileiros trabalhadora e honesta foi às ruas na dura
peregrinação para exalar do poder os que saquearam o País, tentaram
desmoralizar as instituições: massa de adeptos do atraso do terceiro mundismo,
das greves que beneficiam os já privilegiados e conivente com a corrupção que
devasta o Brasil. Essa parcela de brasileiros honestos está desgastada,
irritada. Muitos estão desempregados, humilhados, passando necessidades
decorrentes da destruição da economia nacional pelo grupo que embora tenha sido
(aparentemente) alijado do poder, não está inerte e sem influência, como se viu
agora na Segunda Turma do STF. A libertação do megacriminoso Zé Dirceu e a
tendência do STF para libertar outros peçonhentos criminosos da Lava Jato,
demonstra categoricamente isso. Essa sinalização do Supremo – associada à
lerdeza da Segunda Instância – para os criminosos detidos pela Lava Jato de que
em breve estarão tomando seu uísque à beira de suas piscinas – enquanto a
população honesta sobrevive torturantemente –, além de vergonhosa, é um
estímulo à criminalidade, um golpe na cidadania brasileira e uma rasteira na
Lava Jato. Os doutores Gilmar Mendes, Toffoli e Lewandowski são a cara do
Brasil velho e corrupto. E essa parcela honesta e significativa da população,
juntamente com a Lava Jato, são o juvenil, o novo e o esperançoso no Brasil.
Causar-lhes desencanto e desilusão com a democracia e suas instituições,
derrotá-los se possível, é uma aposta dos corruptos. Além, de, obviamente,
salvar a própria pele. Mas esses brasileiros como a Lava Jato não estão
brincando, excelência! Pode apostar nisso.
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