Vício da internet tem adoecido e causado insônia aos jovens |
No mundo contemporâneo, um clique vale mais do que
um abraço. O afeto se revela como uma neurose para muitos, pois o normal seria
o olho biônico da internet. A essência deixou de ser essencial para se
fragmentar nos múltiplos hipertextos da internet, que deixando a profundidade
do sonho, navega numa realidade mais que costumeira, banal e sem muita riqueza
vocabular. A redução de nossa memória, pela memória dos bits do computador tira
o homem de sua busca pela utopia de suas noites insones pelo sonambulismo
artificial da virtualidade. Esta se alimenta da energia do homem, vampirizando-o
a tal ponto que horas e horas que poderiam ser usadas para o processo criativo
acabam levando a uma repetição incessante. Como se ruídos fossem da noite mais
sombria. Porém, há o outro lado. Com a tecnologia, podemos ver que não só de
noites tempestuosas vive o homem, pois a velocidade da internet se traduz na
diferença e na repetição. A partir dela, o ser humano também pode criar,
imaginar e “navegar” no mar do novo, com descobertas no desconhecido laço que
nos une, não pelos afetos carnais, mas pelas afinidades intuitivas de uma
tecla, que em poucos minutos pode produzir uma rede de fraternidade digital. No
universo cibernético, as pessoas reproduzem textos e ideias com perguntas,
respostas, réplicas e tréplicas. A consequência é a “produção” de conhecimento,
um conhecimento que não pode durar nas redes, mas que perdura nos corações dos
seres em comunhão internética. Os sonâmbulos da internet se afinam com uma
outra maneira de se inventar, despertam para a aurora movente da tecnologia não
fabricada, mas criada pelos sonhos mais criativos. O sonambulismo se reinventa
e desaparece, deixando em seu rastro o despertar de uma manhã nascente que
costura novos jogos computacionais de maneira lúdica. Navegar na web se torna uma necessidade
visceral, não uma obrigação. A rede leva as pessoas para outros horizontes, em
que as linhas se tocam e os abraços não se partem, criando-se uma afinidade
virtual. Essa mágica técnica faz de todos uns artistas cheios destas
virtualidades viscerais com o contato das palavras. Porém, a mão da máquina se
torna uma extensão de nossos pensamentos mais imaginativos. A tela do
computador se torna um quadro da arte mais bela, em que as ideias se costuram
entre si criando um mosaico caleidoscópico. Portanto, a mão do homem toca a
tecla, sua amante não tão distante. A máquina não devora o homem, mas tanto o
ser quanto o computador se tocam suavemente para a criação dos pensamentos mais
infinitos em que como espirais se expandem no leito desta navegação artística.
Na web se produz arte, a ideia se cria pelo dom e pela inspiração de mentes
tocadas pelo artificialismo e o ser humano se deita nestas águas plenas ao
navegar no mar desconhecido do belo reproduzido em múltiplas formas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.