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Câmara

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15 de março de 2017

OS TEMPOS ATUAIS ESTÃO MUDANDO ATÉ OS SENTIMENTOS

A mente e a vida humana entre sentimentos e ressentimentos 
Nos tempos em que vivemos, pensar em relacionamentos duradouros é uma epopeia. Quem sabe essa dificuldade resida, exatamente, na mudança que estamos vivenciando a respeito da noção do próprio tempo. Em um passado nem tão distante, os relacionamentos eram tratados como parte importante da vida social sadia e mantê-los era condição elementar para o status co de um cidadão. Nos achamos incapazes de reduzir o ritmo frenético da vida moderna e assim, nos adaptamos a ele, inclusive na parte mais subjetiva: o amor. As relações humanas atuais estão cada vez mais flexíveis, mais fluidas. E qual seria o motivo? O medo gerado por frustrações, perdas, decepções, levam-nos, talvez, a acreditar que é mais seguro manter relacionamentos em série, do tipo que pode acabar a qualquer momento, já que logo é possível encontrar um novo “amor”. A vida gerida pela internet nos mostra que o que vale não é a qualidade ou a durabilidade dos amores, mas a quantidade e a intensidade com que se vive cada um deles. O que é sólido para você? Qual o limite da fluidez que há em cada relacionamento? Como assegurar, em tempos tão futuros e antagônicos, que mesmo as relações mais transitórias não nos fazem perder, deliciosamente, a noção de tempo? Onde residirá nosso amor futuro? O que se vê, em todos os casos, é uma busca voraz pelo desejo de ser amado, mesmo que seja de modo virtual, todavia, não é possível descartar as consequências deste ou de qualquer relacionamento: uma hora ou outra seremos felizes, ou não.

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