Jaques Wagner já está no foco do intrépido juiz Sérgio Moro |
Quatro meses
antes de Emílio Odebrecht, presidente do grupo que leva o sobrenome da família,
admitir que o caixa 2 “sempre existiu” na empreiteira, o ex-governador Jaques
Wagner declarou que o artifício era uma regra no sistema político brasileiro.
Em novembro do ano passado, Wagner apontou que todos os partícipes do cenário
político adotavam a prática para se manter como parte do jogo. “O nome que se
dá de caixa 2 dá a impressão que o cara está numa falcatrua. Não, o cara pegou
aquele dinheiro e foi fazer campanha. O sistema era esse, todo mundo operou
nesse sistema”, disse Wagner, à época coordenador do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social (Codes) na Bahia. O ex-ministro de Lula e
Dilma Rousseff expôs o que a classe política, em diversos momentos, tentou
negar. “Eu quero contribuição de campanha, se a contribuição puder ser oficial,
é sempre melhor. Aí o empresário diz: ‘Ah, eu não quero dar para que meu nome
não apareça. E o cara está precisando. O sistema é esse. O cara que está
fazendo a campanha dele vai dizer ‘Não quero’?. Falta uma semana para a
campanha, o cara diz ‘Tenho R$ 100 mil aqui’, mas não quero que meu nome fique
aí. Você vai dizer ‘não quero, muito obrigado’? E o vizinho vai pegar? O
sistema é indutor disso”, explicou Wagner, admitindo que todos os
interlocutores políticos sobreviveram nesse “sistema” (veja aqui). Em tempos de
uma nova lista da Procuradoria Geral da República sobre a Operação Lava Jato
com a delação premiada dos executivos da Odebrecht, e de caixa oficial com
investigação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), resta saber
quantos operadores políticos ficaram fora do uso de caixa 2. Por Fernando
Duarte.
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