Greve da PM provocou o caos em Vitória e prejudicou o comércio |
Qual o grau de honestidade das pessoas que nos cercam? A indagação é ousada, mas pertinente, porque ponto de partida para esta abordagem sobre os saques generalizados em Vitória. Diz a máxima popular, com exatidão irrefutável, que ‘a ocasião faz o ladrão’. Será? Tão inquestionável assim? Vamos ao ponto. A cidade chamada de Vitória viveu dias de assustadoras derrotas. Com a Polícia Militar em greve – ou aquartelada, como os policiais grevistas preferem chamar – a capital do Espírito Santo regridiu aos tempos do vale-tudo do velho Oeste americano. Tiroteios, agressões, pilhagens. Desordem total. Regridiu com invasões e saques em lojas, roubalheira coletiva, anarquia, como nos tempos do ‘bang-bang’. Mas a imagem que o clima de baderna evocou, em Vitória, foi a de pessoas transitando pelas ruas, ordeiras e aparentemente bem intencionadas. De repente, alguém grita: “A Polícia entrou em greve”. E, como numa ação orquestrada, a multidão disparou em direção a bancos, lojas, restaurantes, prédios públicos, supermercados, shoppings, escritórios e foram se apossando de tudo. Uns apenas furtando, outros empregando violência, agredindo, ameaçando e cumprindo as ameaças. Todos, entretanto, fazendo uma mesma coisa: roubando. Ou seja, o cenário caótico em Vitória ensinou, comprovou, que as pessoas de bem convivem, o tempo todo, nas ruas e praças, no comércio e nas repartições, com bandidos, com ladrões de ocasião. Quando a Força Pública se imobiliza, os gatunos mostram a cara e se separam das pessoas honestas. Agora, uma questão implacável: quando deflagra uma greve, a Polícia Militar não sabe o que vai acontecer? Não tem consciência de que sua ausência produzirá assaltos, agressões, invasões de propriedade, saques, tiroteios e assassinatos? Não assume o risco de ocorrências mais do que prováveis? Não se trata, pois, de uma omissão dolosa e calculada? Então, como a Justiça e – por extensão, o Estado – deve tratar os militares grevistas?
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