Deus criou o homem e, infelizmente, o homem criou deuses. |
A vida é dom de Deus, que tudo
criou livremente por amor. Explicar os mecanismos do seu aparecimento, desde as
formas mais simples até aquelas mais complexas, é tarefa das ciências. O que a
fé nos diz é que toda vida tem sua origem em Deus, é dom de Deus e somente Ele
é o Senhor da vida. Por isso, mesmo diante das criaturas mais simples, o homem
deve ter uma atitude de respeito, de veneração. Não podemos fazer o que bem
entendemos com o mundo. Somos os mordomos, os guardiões, não os donos. É
verdade que o homem é a principal das criaturas deste mundo visível, mas não é
seu senhor absoluto. Recentemente li que muitas mulheres estão congelando seus
óvulos até que encontrem seu parceiro ideal ou até que se realizem
profissionalmente. Então, sim, engravidarão. É o ser humano que, tornando-se
seu próprio deus, dono de si mesmo, sem de si mesmo ser dono, termina por
vilipendiar o próprio ser humano. Para quem crê, todos os seres merecem nosso
respeito e, de modo particular, o ser humano, imagem de Deus! O homem tem o
direito de usar a criação, pode alimentar-se de vegetais e animais... Mas, não
pode abusar, não pode desperdiçar nem tiranizar... O homem é imagem de Deus,
tem uma dignidade imensa, inalienável. Ele não é simplesmente um ser em meio
aos outros! Só ele é imagem de Deus: seu coração é aberto para o Infinito, tem
sede do Transcendente; o núcleo do seu coração abriga sua consciência, que tem
uma dignidade intransferível! Por isso o homem não pode ser manipulado,
vilipendiado, coisificado. É pecado gravíssimo tudo quanto atentar contra a
imagem de Deus: o aborto, a manipulação genética, a fecundação in vitro, as
experiências com embriões para obter células-tronco, a eutanásia, a situação de
pobreza que denigre a dignidade humana, o consumo de drogas, o desrespeito ao
corpo humano pela prostituição, a imoralidade, o adultério... sem esse
entendimento, todo discurso sobre dignidade humana e direitos do homem fica
gravemente relativizado e manipulável pelo próprio homem...
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