A corrupção degenera e mancha muito a imagem da mulher |
A Justiça
determinou a suspensão dos direitos políticos por cinco anos da deputada
estadual Luiza Maia (PT) por improbidade administrativa cometida em 2008,
quando a parlamentar era presidente da Câmara Municipal de Camaçari. Segundo a
decisão do juiz César Augusto Borges de Andrade, da 1ª Vara da Fazenda Pública
de Camaçari, o eventual afastamento de suas funções, contudo, só acontecerá
caso se esgotem todos os recursos da ré. A ação foi apresentada pelo Ministério
Público do Estado (MP-BA), que acusa Maia de ter contratado irregularmente
Adriana Cirilo Sobreira. Segundo o MP-BA, Adriana recebeu remuneração durante
sete meses sem comparecer à Câmara, o que configuraria como enriquecimento
ilícito e lesão ao erário. Os procuradores defendem que a presidente da Câmara
sabia sobre o não comparecimento da funcionária. Na ação, Adriana alegou que
não sabia que tinha sido contratada nem exonerada. “Conforme declarado pela
segunda requerida nos autos de Inquérito Civil, informou que nunca trabalhou no
Município de Camaçari, e que tinha recebido um cargo na Câmara de Camaçari, mas
nem sabia dos fatos e também não apresentou qualquer documentação, sendo
exonerada em dezembro de 2008, sendo que o marido da servidora, falecera em
abril de 2009, e desta forma, ao entrar em contato telefônico com a Casa
Legislativa, tomou conhecimento que fora contratada e exonerada, tendo tomado
conhecimento dos fatos, somente em dezembro de 2008, inclusive com o pagamento
mensal em sua conta bancária, sem o seu conhecimento”, diz a decisão. Ao Bahia
Notícias, a deputada contou que encontrou o marido de Adriana, que era filho de
um ex-vereador da cidade, e que o homem a abordou chorando, dizendo que sua
mulher estava grávida e que eles passavam fome. Ele pediu então que ela
recontratasse sua esposa, que já teria trabalhado na Câmara. “Pedi um assessor
meu para atendê-lo. Meu assessor chegou com uma pasta, provando que ela já
tinha sido contratada, que não tinha nada contra ela, e recontratamos ela. Ele
fez isso com má intenção. Segundo ela mesma, ela foi impedida de trabalhar.
Quando soube disso, abri sindicância pra apurar o caso, criei o setor de pontos
de presença, que não existia...”, explicou. Maia defende que o processo contra
ela foi motivado por uma “questão eleitoral”. “Tem pessoas de má-fé. Ele veio
até mim chorando, dizendo que estava passando fome. Eu me sensibilizei pela
situação dele, mas ele fez com más intenções. Ele era ligado à oposição, fez
com a intenção de me prejudicar. Tem gente que tem essas maluquices. [...] Nós
ganhamos o processo, mas o MP decidiu investigar. Depois o próprio MP me deu
ganho de causa, disse que não procedia. Eu fiquei surpresa, não entendi por que
o doutor César Augusto decidiu me condenar. Acho que foi um erro dele, mas juiz
também erra”, lamentou. “Mas não significa nada. Eu vou recorrer e provar que
sou inocente”, concluiu.
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