No pleito deste ano, o índice de abstenções assustou Itabuna |
O PSDB foi o grande vitorioso e, o PT, o grande derrotado nas eleições municipais de 2016. E o PMDB continuou no mesmo lugar, mantendo o maior número de prefeituras, embora tenha caído de 1.017, em 2012, para 933 agora. Em números absolutos, o PSDB cresceu pouco, foi de 701 para 709 prefeituras, mas, além de conquistar São Paulo, ganhou em Teresina e disputará o segundo turno em outras oito capitais. O PT encolheu de 644 prefeituras, em 2012, para 237 este ano, só ganhou numa capital (Rio Branco, no Acre) e foi para o segundo turno apenas no Recife. No balanço geral de votos, o PSDB cresceu de 3,8 para 5,4 milhões, o PMDB caiu de 3,6 para 2,4 milhões e o PT despencou de 4,07 para 1,98 milhão. Em resumo, foi isso que as urnas revelaram no domingo passado, mas quem mais cresceu foi o número de votos nulos, brancos e abstenções, ou seja, o voto em nenhum deles, em “ninguém”. Foram mais de 40 milhões de votos desprezados pelos eleitores. Quatro em cada dez dos 114 milhões de eleitores aptos a votar nas eleições de 2016, não digitaram o número de nenhum dos quase 480 mil candidatos a prefeito e vereador em todo o país. Em São Paulo, apesar da sua vitória avassaladora, João Dória teve menos votos (3.085.187) do que brancos, nulos e ausências (3.096.304), o que ajuda a explicar a decisão já no primeiro turno. No Rio, o total de brancos, nulos e abstenções chegou a 1.866.621, mais do que a soma dos dois candidatos que se classificaram para o segundo turno (Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL), que tiveram juntos 1.395.625 votos). A mesma situação se repetiu em outras sete capitais (Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Belém, Cuiabá, Campo Grande e Aracaju), onde os votos rejeitados superaram os do primeiro colocado nas eleições. A derrota nacional do PT pode ter contribuído para inchar este contingente de “não votos”, diante do cardápio de candidatos. A registrar, também, que quem mais ganhou espaço na disputa pelas prefeituras das capitais entre os partidos pequenos e médios foi o PSOL, partido formado por dissidentes do velho PT, e o PDT, um antigo aliado dos petistas. No tabuleiro dos 35 partidos que disputaram esta eleição, muita coisa certamente vai mudar a partir da contabilização dos resultados de domingo, com muito cacique já de olho em 2018. Sai na frente quem conquistar os votos dos que desta vez optaram por “ninguém”.
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