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4 de setembro de 2016

HÁ QUEM TROQUE CÃES POR GENTE

Há mais exemplos de fidelidade dos cães do que dos amigos
Quem nunca teve a impressão de que alguém que se dizia amiga, não era mais fiel que uma cadela? Há até um adágio que afirma, que "é melhor ter uma cachorro amigo, que ter um amigo cachorro"! E é surpreendente, chocante e impressionante o horror que o ser humano tem a si próprio. O maior tabu desta sociedade, é sem nenhuma sombra de dúvidas a solidão. Quase ninguém acha significação em si mesmo. A necessidade e a dependência  do outro, patrocina qualquer absurdo e até promove cães à categoria de gente. A domesticação do cão remonta a milhões de anos. O cão por ter tanta proximidade com o ser humano há tantos milênios, é quase humano. O cão é um humano com muitas vantagens. A sua subserviência atrai todas as almas solitárias, sem exceção. Muitas vezes, a solidão da cidade luz é resolvida à base de lambidas e latidos. Na falta de congêneres, serve qualquer um que se assemelhe. Não existe animal mais humano que o cachorro. O cachorro conhece profundamente a demagogia e negocia com o seu dono como gente grande. Todos os mendigos que amargam os horrores do abandono, do preconceito e da exclusão, têm um cachorro. O cachorro ameniza a dor de estar absolutamente só no mundo. Mas afinal, ainda que ninguém queira escutar, isto é o essencial, o definitivo e o irrefutável da condição humana. Os frívolos que me perdoem, mas solidão é fundamental. Chega a ser ridículo e muito patético, guindar um cão à categoria de humano e não falta quem adore cães. Calçar cães, vestir cachorros e falar com eles como se eles entendessem português, pode ser um sinal de grande desespero existencial. Por coincidência, o número de pessoas que optam por um humano alternativo, aumentou consideravelmente. Diante de um ser humano, cada vez mais intratável, intransigente, orgulhoso, inacessível e esquivo restam-nos os admiráveis cachorros.

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