Não acredito que pastores milionários terão o céu que prometem |
Para abrir uma empresa no Brasil não basta apenas ter o
capital para investimento. Necessário se faz cumprir todo um ritual burocrático
e outras medidas que envolvem custo e dinheiro para regularizar a documentação.
Para manter um micronegócio e gerar empregos, tirar jovens das ruas, o
empresário é sufocado pela obrigatória quantidade de impostos a pagar. Ao
contrário, para abrir uma igreja bastam poucos tostões e a fidalguia de isenção
de tributos, declaração de rendimentos e outras regalias que ficam longe do
cidadão comum. O negócio é tão fácil e lucrativo que hoje fortunas e fortunas
estão por trás de milionárias igrejas evangélicas. Seus líderes ficaram
economicamente tão poderosos que no Congresso Nacional valem quanto pesam em
importantes decisões de interesse dos seus lucrativos conchavos. Nos estados e
municípios estão no legislativo e exercem grande influência na vida comunitária
local. Os seguidores, com a generosidade das suas doações nos vários cultos
diários, iludidos pelas promessas de salvação, acreditam numa milagrosa mudança
de vida para melhor. Casa, carro, dinheiro, felicidade tudo chegará muito
rápido graças ao reconhecimento de Deus pelo sacrifício de doar atendendo ao
dramático apelo dos pastores. A pilantragem é tamanha que vendem meias, cuecas,
vassouras ungidas, martelinho milagroso. Enquanto isso, os líderes religiosos
vão engordando os seus patrimônios com aquisição de redes de rádio e televisão,
fazendas e bois, mansões no Brasil e exterior, aviões particulares. São reverenciados
por políticos, ganham passaporte diplomático, presentes de todo o tipo,
dinheiro ou influência, principalmente em anos eleitorais. Para a justiça
brasileira, as igrejas são entidades filantrópicas, sem fins lucrativos, por
isso isentas de imposto de renda, IPVA e até IPTU. Com milhões e milhões de
dinheiro sendo movimentado em contas bancárias e aplicações financeiras, não
pagam IR e IOF. Negócio melhor que essa “Loteria Celestial”, só quem descobriu
foi o PT com o mensalão e petrolão. Por trás das cinco principais igrejas
evangélicas no Brasil e que congregaram o maior número de seguidores, existe um
patrimônio líquido de três bilhões de reais, dos quais dois bilhões
concentram-se em apenas uma delas, também proprietárias de um império de
comunicação espalhado por todos os lugares do País. Esses números foram
pesquisados pela revista americana Forbes, que debruçou-se sobre a fortuna dos
“multimilionários” líderes evangélicos brasileiros. A indústria da fé no Brasil
virou um negócio altamente lucrativo que expande sem controle, ética e pudor,
“em nome do Senhor”.
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