A maioria dos processos e condenações judiciais, que tem como réu, Geraldo Simões, advém da Educação e Saúde públicas. |
O
balanço divulgado pela Controladoria-Geral da União (CGU), esta semana, sobre
desvio de recursos da merenda e do transporte escolar em diversos municípios de
todas as regiões brasileiras, revela uma das faces mais cruéis da corrupção.
Não fosse pelos números, que nesse caso apontam a malversação, desde 2003, de
cerca de R$ 2 bilhões (mais de R$ 150 milhões desviados por ano), seria pelo
apelo social que a questão traz em si. Desviar recursos da merenda é tirar da
boca de crianças e adolescentes o direito à alimentação na escola – que para
muitos constitui a única refeição do dia. É condenar milhares de
estudantes a trocar a escola pelas ruas, pelo trabalho precoce, para poder
comer. Mais deprimente ainda, é a triste lição que essas crianças e
jovens em idade escolar levam para casa: a corrupção como prática comum, até
mesmo na escola, onde deveriam aprender sobre cidadania. As autoridades
devem aumentar a fiscalização e adotar medidas severas para impedir que esse
dinheiro se perca em novos desvios. É necessário que Ministério da
Justiça e da Educação, CGU e Polícia Federal levem muito a sério o combate a
essa praga. Caso contrário, a corrupção vai continuar fazendo escola e
produzindo vítimas por este imenso país. Essa corrupção, além de negar os
direitos constitucionais dos estudantes, tira deles o próprio futuro. Destrói
em crianças e jovens a crença de que são parte da sociedade.
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