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Câmara

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5 de dezembro de 2015

VANE É COMO UM VULCÃO ADORMECIDO, QUE NÃO QUER DESPERTAR

Não cabe a Vane baixar a cabeça para problemas que prometeu
resolver, para tirar Itabuna da mesmice e torná-la cidade da Paz.
Talvez eu não esteja equivocado ao comparar o prefeito de Itabuna, Claudevane Leite (PRB), com um Vulcão adormecido, que não possui abalos para despertar. Isto porque o homem abrasado, mas inerte e que não se levanta, é como vulcão que perde a oportunidade de expelir suas mágoas, angústias, tédios e fúrias, simplesmente porque se contenta em deixar-se queimar por dentro até virar cinzas. E porque não mostra nenhuma atividade, entorpece inativo e se resume ao seu cume naquele que deseja lhe transformar numa simples fenda, num buraco qualquer. Esta minha analogia não só se fundamenta como pode ser percebida em outros aspectos. Não é muito esperado que Vane do Renascer seja vulcão propenso a vomitar fogo a qualquer momento, pois a maioria do povo itabunense o considera apenas como uma cratera silenciosa e inerte, sem propensão alguma a expelir labaredas, ainda que incendiado de cima pra baixo. Contudo, há sempre esperança que a omissão, a inércia e a passividade se transformem em braseiros que alimentem a chama da ação e da demonstração de vivacidade e luta. E tal analogia também remete a situações desde muito vivenciadas pelo povo de Itabuna. Por mais de três anos nossa gente se afeiçoou a um velho vulcão inativo ou já esgotado, sem lavas para expelir, sem força para reagir, comportando-se apenas como uma massa inerte no meio do tempo. Comparando-se ainda ao vulcão, muitos afirmariam se afeiçoar muito mais a um vulcão extinto, sem possibilidade de repentinamente irromper e ameaçadoramente fazer jorrar lava de seu cume ou vomitar todas as suas iras. Mas mesmo com feição de força extinta, o povo guarda em si caldeiras internas e profundas, crateras e lavas ardentes, vivas e perigosas, que podem irromper a qualquer instante. Mantendo-se apenas adormecido, talvez esteja reacendendo suas fagulhas internas para acalorar suas revoltas e indignações e, de repente, explodir. Daí ser tão perigoso o silêncio dos vulcões renegados ao esquecimento do povo, forçadamente calado e submetido. Mas não se deve esquecer que todas as revoluções surgem da eclosão do que não suporta mais ser refém das imposições. Desta forma, compreendo as insatisfações do povo itabunense, que como vulcão já expele seus sinais com percentuais vergonhosos de rejeição a Vane, que se faz de vulcão inerte, silencioso e moribundo. O prefeito de Itabuna sempre foi tido e havido como passivo, mamulengo, deixando-se pisotear sem jamais apresentar reação. Assim como um vulcão sem lava ou fumaça que, por não possuir mais força para amedrontar, se vê transformado num mero objeto de apreciação. Enquanto Vane se faz de vulcão adormecido, o povo de Itabuna começa a reagir, assim como o menor verme que se revira ao ser pisoteado, dá sinais de que a dor e o sofrimento suportados passivamente por tanto tempo já tenham chegado ao ponto de ebulição. E da fervura à busca de meios para dizer não ao que tanto aflige e atormenta. Este mesmo povo resistiu a posteridade de Geraldo Cabeça de Pitu e não sucumbiu ao Fernando Gomes, dragão expelidor de fogo. E o que permanecia adormecido pode explodir a qualquer instante. Mesmo com atraso secular, eis que desde a emancipação em 1910, o poder político e dominante supõe a completa inatividade do povo itabunense, a fogueira vai sendo alimentada aos poucos, as chamas vão surgindo quase imperceptíveis e a fornalha não tardará a despontar no meio das noites dos que eram tidos por subjugados e condenados. Como sempre ocorre em situações tais, Vane primeiro vai desdenhar de sua capacidade de reação; depois vai tentar apagar a fogueira; e, quando se sentir diante do incontrolável, usar das armas próprias dos que tentam manter o poder a todo custo. Ainda igualmente aos vulcões que apresentam alguns sinais característicos quando estão prestes a explodir, o povo também apresenta aspectos que demonstram sua propensão a estourar. E alguns fatores estão sempre presentes quando a passividade e o adormecimento começam a dar lugar aos tremores e erupções. No primeiro instante, o vulcão pode apresentar tremores de curta duração, passando aos de maior evidência, ou mesmo numa mistura de processos, com pequenos abalos ora contínuos ora irregulares. E tais condicionamentos já podem ser observados nas pesquisas de opinião pública, que revelam a causa de Vane pretender se manter como um vulcão adormecido. Verdade é que aos poucos o povo foi despertando e agora já é visto como ameaça real à tentativa de Vane querer ser substituído por um comunista, que defende correlatos perseguidores sanguinários de Cristãos em Cuba, Coréia do Norte e China. As primeiras pesquisas que revelaram absoluta rejeição a Vane, serviram como alerta de que o vulcão, ao invés do que imaginavam, já começava a estremecer. Os números confirmaram que as forças estavam ativas e prontas para derramar lavas de indignação. E agora não há mais como duvidar do perigo que o vulcão popular representa para as pretensões políticas de um Vane, que acabou com dez escolas em apenas um dia. Vane, Davidson, Wenceslau... estão agora à beira da montanha aterrorizados e implorando que o pior não aconteça. E o pior para eles é sempre perder o controle da situação e sentir que a decepção popular deixou de ser apenas lavas expelidas para se transformar em votos de revolta e indignação. Esteja ou não com razão de se rebelar contra Vane e seus aderentes, a verdade é que o povo itabunense está encontrando motivos em tudo para defenestrá-los da prefeitura. Vane e Wenceslau já ouviram suas erupções e desistiram de tentar continuar lutando contra as lavas. Davidson e Geraldo já sentem seus abalos. Mas somente as urnas de outubro de 2016, dirão das consequências do despertar do vulcão. E sobre ele, sorri um tucano!

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