Lúcia Oliveira é fechado por Vane ao completar 80 ano |
Todos esperam ter uma educação que eduque. Parece tão óbvio, mas isso não tem acontecido. É muito difícil de conceituar o que seria uma educação ideal. Nos últimos anos, houve avanço na quantidade de alunos matriculados. Tem sido crescente o ingresso de crianças à escola na idade correta. Numa proporção inversa, não estão aprendendo. Nos anos sessenta, um aluno que concluísse o curso primário, correspondente à 4ª do fundamental, sabia, necessariamente, bem mais do que a grande maioria que conclui um curso superior hoje. Segundo estudiosos, não existe alternativa única e conclusiva para melhorar a qualidade da educação. Mas, as alternativas devem ser buscadas para que, no conjunto, a qualidade seja alcançada. Os governos, a sociedade e todos os segmentos precisariam reforçar a importância da educação formal para todos. Há algum tempo a educação, o ensino e o conhecimento vêm sofrendo uma desvalorização generalizada. A partir desse valor já mais arraigado, criar as ações práticas para uma melhoria contínua. Acredito que seria pertinente a definição de um calendário com a obrigatoriedade de leitura de uma quantidade de livros para cada ciclo. Quem terminasse a 4ª série, necessariamente, deveria ler ao menos 10 livros; para o ensino fundamental, ao menos 50 e para o ensino médio, em qualquer modalidade, 100 livros. Seriam quotas mínimas. Hoje, a maioria termina o ensino médio sem ter lido nenhum livro de literatura. Investir de forma efetiva e permanente na formação do corpo docente para evitar que professores lecionem matérias diversas das suas formações. Viabilizar uma fiscalização efetiva para auferir a capacidade efetiva de ensinar. Nenhuma escola averigua isso. Estabelecer um método de avaliar o conhecimento assimilado pelo aluno de forma objetiva, e não apenas por testes de perguntas e respostas prontas e uniformes. Criou-se um círculo vicioso de achar suficiente apontar os culpados. Os segmentos envolvidos no processo educacional são isolados. Professores culpam governos, pais e alunos; alunos criticam a falta de estrutura da escola. É o bastante cada um apontar a culpa do outro. Só um livro permitiria aprofundar essas questões. Mas aqui é fundamental que as pessoas tenham consciência de que o sistema carece de inovação, assumindo os riscos dos inevitáveis erros. Omitir-se e colocar a culpa no outro é uma tática usada há várias décadas, que não trouxe nenhum resultado. Por mais repetitivo que seja, a escola tem que ter uma interação com a comunidade, que amplie o conceito de educar e inclua todos nessa função. O esporte, a música, a invenção, a educação física, a natação, as atividades corriqueiras, tal como as demais matérias tradicionais, têm que fazer parte da escola-comunidade. As justificativas para terceirizar os culpados precisam ser substituídas por inovações. A omissão pelo medo de errar precisa ceder lugar às iniciativas, com todos os erros inerentes à criação e inovação.
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