Para a sociedade, bom é quando o indivíduo não é novo, nem velho |
A sociedade impõe regras severas
contra indivíduos muito jovens, ou muito velhos. Para o mercado de trabalho,
quem tem menos de dezoito anos, não presta, pois é muito novo e quem tem mais
de cinquenta anos, também não presta, pois já está muito velho. O ideal seria
uma pessoa nascer aí por volta dos dezoito anos, o que evitaria uma imensa
inversão de recursos em sua preparação. Já nasceria em idade útil. Além disso,
não deveria continuar vivo depois dos cinquenta anos, pois seu rendimento como
produtor já estaria em declínio. Ele já não é, com essa idade, muito
interessante do ponto de vista econômico. Pouco produz e menos consome (com
exceção de remédios, é claro). Que importância ele pode ter para a economia de
um país? Já não participa mais ou participa muito pouco do progresso.
Econômico, claro. Progresso social é outro assunto, não é mesmo? Há famílias, e
muito mais do que se imagina, que internam seus idosos em hospitais e asilos,
visitam-nos uma vez por semana nos dois primeiros meses. Levam fatias do bolo
que restou da festa, duas maçãs compradas no caminho ali do quitandeiro (uma
boa lembrança de alguém da família), e, depois de um ano, não se lembram mais
da existência deles. Uma fotografia na parede da sala, como homenagem póstuma,
ao idoso que a família não sabe que continua vivo. Mas também, para que perder
tempo com essas inutilidades que já passaram dos sessenta? Que não produzem
nada, que, além de remédios, consomem uma ninharia, que já não dão lucro a
ninguém! Enfim, vivemos para o futuro, não para o passado.
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