Prefeitura Itabuna

Câmara

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2 de dezembro de 2015

AINDA NÃO ESTAMOS NO FUNDO DO POÇO, MAS NOS ACOMODAMOS

AS CRISES TEM PROVOCADO GRAVES DANOS PARA O PAÍS
Há alguns dias, estamos vendo a imprensa anunciando demissões em massa nas indústrias, férias coletivas em setores primários, e mesmo assim, Dilma e seus ministros ainda insistem que não há crise no país. A Bahia é um estado dentro da crise, mas com consumidores (mal) acostumados a pagar caro em seus produtos de consumo. De grosso modo, na visão macroeconômica, pelo prisma da renda, o restante do país afirma que a Bahia é um estado rico. Em uma olhada mais atenda, microscópica, vemos que não é bem assim. Os mesmos problemas que existem na região sudeste e sul, também existem aqui. E a renda aqui não é tão alta assim. Mas o que torna a Bahia diferente do restante do país? Questões culturais. Isso mesmo, modos, costumes, hábitos que passam de geração em geração. Mas o que isso tem a ver com a crise? Exemplo disso são camisas de uma determinada marca, que na região sudeste você compra por até R$ 120,00, aqui em Itabuna, pela mesma camisa, se paga até R$ 300,00. A resposta é simples: o modo como o estado tem levado sua vida pacata há mais de 500 anos mostra que, ainda que não seja verdade, o padrão de consumo é alto, a renda é alta, e que o baiano é exigente com relação a marcas e qualidade dos produtos. Há alguns anos, quando não existia acesso fácil ao estado, quando não havia portos, aeroportos, rodovias... e que a demanda era muito maior que a oferta, se justificava pagar valores elevados em determinados produtos, mas hoje, que existe certa facilidade para que produtos de outras regiões cheguem até o estado, com custos ajustados, permitindo ao empresariado do setor comercial, criar demanda em função da oferta, continua se pagando caro, aliás, muito caro, em produtos diversos. Isso é uma questão cultural. Outro ponto, o baiano, em geral, adora uma “etiqueta de marca”. Se não tiver como pagar à vista, um carnezinho de crediário, ou o cartão de crédito (enforcado) resolve o problema. A melhor palavra para definir isso é ostentação. É possível ver isso em bairros de baixa renda, onde a casinha não recebe a devida atenção no quesito aparência ou preservação, mas o carrão está lá, reluzente, na garagem. A crise nem sempre é verdadeira. E nem sempre atinge a todos. Para muitos não existe crise econômica, pois até vendendo churrasquinho, pastel, salgado com suco, na esquina se gera renda. Mas o comodismo cultural de viver esperando dias melhores, sufoca, afoga e mata através da preguiça. Enquanto isso, empresas penam treinando pessoas que serão substituídas em poucos meses. Há muitos em busca de emprego, mas poucos em busca de trabalho. Palavras duras as minhas? Pode ser, mas enquanto você esta ai sentado, reclamando e criticando o exigente sistema laboral, essas mesmas empresas buscam profissionais fora do estado para suprir suas necessidades. Gaúchos, goianos, pernambucanos, paulistanos, cariocas, mineiros, catarinenses, formam grande contigente do capital humano empregado no estado. A crise é mundial, é regional, é local, e começou com a invenção do controle remoto, que nos fez acomodar no sofá e ficarmos apertando botõezinhos para trocar de canal, e isso se repete no mercado de trabalho, pessoas acostumadas com o controle remoto, que quando o programa não esta legal, troca o canal… Não veja o seu trabalho como um programa de TV que você pode trocar a hora que bem entender, ou seu currículo vai ficar tão queimado que vai virar cinzas!

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