HÁ NA IMPRENSA QUEM ESCONDE A CARA, MAS ABUNDA A BRAVATA |
O velho ditado de que alguém “enterra a cabeça na areia como um avestruz” para fugir de seus problemas pode até ser espirituoso e adequado de vez em quando – porém, não procede. Ao contrário do que possa parecer, os avestruzes não fazem isso quando estão assustados. O comportamento estranho do animal é, na verdade, um mito – nem mesmo os avestruzes pensam que para se esconder basta por a cabeça num buraco. Entretanto, é a maioria dos profissionais da imprensa itabunense quem parece enterrar a cabeça na areia, para fugir das suas responsabilidades de informar, esclarecer e denunciar os problemas que infernizam a vida do povo. É impressionante a forma como a informação está se tornando cada vez mais tola, sarcástica e sem sentido, na absoluta maioria do que escrevem jornalistas, blogueiros e falam radialistas. Está se tornando pela maneira como estão se apropriando dela. A informação é uma ferramenta da comunicação que exerce poder, muitos teóricos da comunicação e sociólogos já relataram sobre esse domínio poderio que os meios manuseiam a informação. A notícia capciosa, parcial, tendenciosa e maliciosa, se mistura com a informação inútil na pauta da maioria dos veículos de comunicação de Itabuna. Estimula-me muito pensar sobre a mesquinharia de como setores da imprensa possam escolher assuntos tão fúteis para ser veiculados na mídia. Temas como relacionamento pessoais, fofoca de cabos eleitorais, experimentos científicos e atividades de condicionamentos físicos me levam a pensar para onde estamos caminhando. Assim como Selem Rachid, escritor, professor, filósofo e sociólogo defendeu a ideia de um novo modelo de arte com o surgimento da tecnologia, a de que, essa nova técnica possibilitaria a democratização da arte, pensando bem no seu otimismo, vejo essa relação com o início da era do surgimento da televisão, sites e blogs, a de que estes meios de imprensa – pensavam – seriam um ambiente de propagação de um novo ideal ideológico. Impressiona-me a sutileza desses meios se apropriarem tão violentamente das percepções humanas. Na imprensa atual, assuntos banais tomam conta da maioria do espaço que poderia muito bem servir para acontecimentos, não digo nem de interesses da sociedade, pois essa pode está estimulada a querer realmente ver o assunto veiculado, mas de despertar o interesse do público com o que é útil. Despertar os direitos fundamentais de cidadania de todo ser humano. Mas o que parece mesmo é que a maioria da imprensa não é feita por humanos, mas pelo domínio da máquina midiática por aqueles. No dia em que – se chegar esse dia – a imprensa pensar humanamente a informação encontrará o espaço da pauta útil de encontro ao interesse da sociedade.
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