Minha extraordinária educadora Nildinha |
Homenagear a quem precisa de homenagem é fácil, difícil mesmo e
prestar esse gesto a quem dele não necessita. Durante nossa vida estudantil nos
deparamos com professores e “professores”, à parte a designação didatizada de
“educador”. Arrisco-me neste instante a homenagear alguém que não faz questão
de que lhe dirijam esse gesto, sobretudo, de que seja feito em público. Tive o
privilégio de estudar com excelentes professores. Para não pecar pela memória,
meu depoimento será direcionado, neste espaço, a um deles. Professora Ivanildes
Domingues, tão carinhosamente apelidade de “Nildinha”. Estudei ciência com ela.
Aprendi a aperfeiçoar meu domínio de vocábulos e conjugação de verbos com ela. Atingir
minha adolescência com seu aprendizado. Isso foi há umas quatro décadas, mas
persiste em minha consciência, lembranças e reconhecimento. “Nildinha” foi minha
“fada madrinha” e a tia que nunca foi irmão dos maus pais, mas me tratou como se
fosse minha mãe. Minha inesquecível educadora. Uma professora que marcou tão
fortemente aquele período juvenil, ao ponto de sair de lá certo de que não
havia o verbo relativo ao seu nome e ações, mas se existisse, tinha a certeza
do que ele significaria de divino, nos mais diversos nexos e complexos
vocábulos da nossa língua e dicionários. Fazer o máximo com o mínimo recurso,
dar sentido ao que parecia ser inexplicável, transmitir segurança no que fazia
e no que defendia como necessária realidade do fazer pedagógico e científico. A
sua maestria apresentava-se ilimitada, inimitável. Fadado estaria, então, a não
existência do verbo reprovar. Sou tendente a achar impossível replicar o que
essa mestra fazia: Tirar do conjunto “quadro verde e pó de giz, de um recorte
replicado de texto de revista ou de jornal” todos os fenômenos – latentes à
ciência e à língua – que precisava perceber e conhecer para me torna bom
leitores e produtor de textos e, por conseguinte, compreendedor da Ciência e da
Língua Portuguesa. E, além disso, associar língua e literatura em um continuar
necessariamente significativo, sem deixar de trazer-me a autenticidade dos
textos e, dessa forma, fugir à didatização dos mesmos; dando-me a segurança
para perceber a língua em seu real funcionamento e a pormenorização do
aprendizado a que estava submetido nas questões da ciência. É o que me fez. Não
sei aos demais, mas a mim isso soa como ápice do bom exemplo, pois diuturnamente
me esforço para fazer o que ela fez: o melhor e o máximo a partir do mínimo. É
através da minha querida, simpática, carismática e geradora do saber, IVANILDES
DOMINGUEZ (NILDINHA), que saúdo todos os educadores de Itabuna e por ela
agradeço aos meus professores, sem os quais, jamais eu seria telejornalista, escritor,
blogueiro, radialista e irrequieto contra as mazelas que submetem meus semelhantes
ao infortúnio de uma pátria, que, infelizmente, não tem sido educadora!
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