Dilma e Cunha não se suportam, mas tramam para serem salvos |
Nada de silenciar neste momento,
digamos melindroso, vivido por nós cidadãos comuns de uma sociedade reprimida.
E nunca é demais reafirmar que os privilégios ofertados a uma minoria esmagam
os direitos da grande maioria. Inevitável que, quando encostamos a cabeça no
travesseiro, lembramo-nos dos bons e maus acontecimentos do dia, na ilusão de
que o novo amanhecer será esplendoroso. Assim como eu, pessoas ordeiras,
trabalhadoras, honestas, consigo mesmas e com os outros, nunca perdem a
esperança de que tudo logo passa. Que o amanhã será bem melhor em casa, no
trabalho, na relação entre amigos, na estabilidade financeira. Que a angústia
de tantos pais desempregados seja aliviada com a perspectiva de um novo emprego
abrindo-lhes as portas da felicidade. Que a desesperança seja apagada assim,
num passe mágico e a crise atormentadora se transforme em página virada.
“Acredito em sonhos, não em utopia,” escreveu o jornalista Adeilto Marques, algum
dia em um dos seus tantos textos maravilhosos. Nossa crise não é um simples
sonho, é um devaneio imoral associado a um exército de cínicos, inescrupulosos
que depositaram seus despachos na porta de entrada do “quanto pior, melhor”. Se
pior para quem está submisso aos oportunistas, melhor para as facilidades
escancaradas nos suntuosos palácios onde o povo sequer tem acesso para lavar as
calçadas. E que calçadas imundas! Ardem os olhos, dói nos ouvidos ver e escutar
o sarcasmo, a postura arrogante de certos sujeitos de focinhos atolados na
devassidão, bem alimentados em cochos esborrando de generosas “propinas”. Nos
porões da pouca vergonha, um acusado das mais espúrias trapaças, fecha acordão
com outros com mesma folha corrida, para juntos escaparem da masmorra. Uma mão
lava a outra e a sujeira se funde entre “malufadas” e pedaladas descendo pelo
ralo aético da conveniência e impunidade. São no mínimo obscenas as peripécias
do ventoso prepotente, prestes a, do alto dos seus dois metros, tombar na lama
assim como tantos outros venais coleguinhas. A pior de todas as crises que
permeia uma nação é quando seus representantes estão sarcasticamente
“convencidos” de que os seus atos imorais, são morais. Estaríamos vivendo a era
dos cínicos, daqueles que sabem o preço de tudo, mas o valor de nada?
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