Walter Pinheiro é um dos poucos petistas indignados com aliados |
As lideranças petistas buscam inimigos externos para explicar a crise do partido, enquanto se recusam a compreender as razões maiores da perda de apoio popular e de credibilidade. O PT chegou ao poder e nele se mantém, sob condição de se aliar aos partidos e lideranças anteriormente satanizados pelos petistas. E assim o PT teve que abrir espaço em seu palanque, para figuras controvérsias como Paulo Maluf, José Sarney, Renan Calheiro, Fernando Collor e outros corruptos menos consagrados. O fato é que os partidos políticos se transformaram em máquinas eleitorais, optando por alianças espúrias para conquistar ou se manter no poder. O senador baiano, Walter Pinheiro, é uma das poucas vozes petistas a reclamar das mazelas e incoerências petistas. É salutar que, num momento de perversa combinação entre dificuldades na área política e na econômica, algumas vozes se disponham a apontar essas contradições dentro de partidos cujo discurso dá ênfase ao alinhamento permanente com demandas das bases. No caso específico do PT, não há como desconsiderar o alerta de um petista histórico para o qual, na prática, a agremiação caiu “na vala comum da política tradicional”. Cada vez fica mais evidente que as legendas políticas no país se diferenciam mais nas siglas pelas quais ficam conhecidas do que nos propósitos. Em muitos casos, a motivação preponderante acaba sendo de ordem pessoal, levando ao que o político baiano denuncia como a preocupação de ganhar eleição transformada em objetivo principal. Esse tipo de deformação só teria como ser enfrentado com uma reforma política interessada de fato em mudanças profundas. Por razões óbvias, porém, o que se constata agora no Congresso é a disposição de mexer apenas no acessório, fazendo de conta que muda para deixar tudo como está.
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