Bicalho já anunciou que renunciará se não houver mais recursos |
Uma perversa combinação de redução abrupta no repasse de recursos com problemas crônicos agravou abruptamente a situação do Hospital de Base Luiz Eduardo Magalhães (Hblem), que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e recebe pacientes oriundos de mais de 130 municípios baianos. O quadro é particularmente preocupante no caso dessa instituição pública, que atende a 100% dos pacientes do sistema. Como a situação da crise ameaça a realização de milhares de procedimentos anuais, a situação precisa ser enfrentada agora, antes que os danos se disseminem, prejudicando ainda mais a saúde da população. O drama financeiro no Hblem chegou a nível tão preocupante, que seu diretor geral, Paulo Bicalho, declarou que desde o mês de maio o hospital está recebendo 10% a menos dos recursos mensais. O corte do repasse equivale a mais de R$ 270 mil por mês, o que está dificultando a administração do hospital. Em virtude desta situação Bicalho estaria disposto a entregar o cargo no final do mês. O governo do Estado permanece desdenhando da necessidade de começar a efetuar repasses para o Hblem, pelo menos em proporções de 20% do que aloca para o Hospital Regional Luiz Viana Filho, em Ilhéus e que não atende metade do quantitativo das demandas do hospital público de Itabuna. O SUS, que teve como um de seus principais méritos a universalização do atendimento, sofre particularmente pela falta de alocação de recursos oficiais necessários para assegurar um mínimo de eficiência nessa área. A particularidade de a gestão ser tripartite, com responsabilidades financeiras que se diluem no âmbito da União, dos Estados e dos municípios, contribui para agravar o problema. O fato concreto, porém, é que o ajuste fiscal reduziu as verbas federais para a saúde pública, o Estado descontinuou repasses que já vinham em atraso desde o governo anterior e o município e Itabuna não têm cacife para bancar o que falta. Os dramas que essa situação provoca exigem ações imediatas. Líderes políticos e representantes das três instâncias da federação precisam se unir e encontrar saídas eficazes e imediatas. É preciso melhorar a gestão do Hblem, assegurar ampliação do repasse de recursos e garantir logo um atendimento menos indigno aos pacientes.
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