Não é justa e nem legalista a Justiça que abusa do dinheiro público |
Nos últimos tempos o Judiciário deu péssimos
exemplos ao conceder-se aumentos salariais acima da inflação e outorgar-se
benesses exclusivas como o auxilio-moradia e o auxilio-alimentação. É ruim não
apenas pelo desfrute do privilégio, mas pelo efeito ruim que “o meu pirão
primeiro” exerce sobre a cadeia do serviço público. A autoconcessão de
privilégios se torna um paradigma odioso que contamina todo o funcionalismo
federal, dos estados e dos municípios. O mal é ainda pior porque estamos num
país desigual em que só se dão bem, historicamente, os ricos e as castas
empoleiradas no serviço público, entre elas deputados, ministros, magistrados e
suas respectivas cortes. Antigamente eram os diplomatas, os fiscais aduaneiros
e os funcionários do Banco do Brasil. Nos últimos 50 anos as mordomias se
generalizaram. A administração pública nos três poderes está coalhada de
marajás, palavra identificada com a maciota, pouco trabalho e muita lengalenga.
Certo, o pessoal do Judiciário precisa ganhar bem para ficar livre do risco de
suborno e que tais, mas não precisa abusar. Nunca é demais lembrar que o
objetivo do serviço público é servir à população. Ser funcionário público não
pode ser um fim em si. Enquanto isso não for assimilado pela maioria que
trabalha em gabinetes e repartições públicas, vamos continuar assistindo ao
triste espetáculo do empreguismo, nepotismo, do compadrismo, do clientelismo.
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