NEM TODOS POLÍTICOS SÃO O QUE DIZEM SER; SÓ 01% |
Os candidatos
à prefeito de Itabuna vão participar de uma verdadeira maratona de entrevistas,
debates e sabatinas até o dia que precede o início da propaganda eleitoral
gratuita em rádio e televisão. O Jornal Agora já deu início a estas entrevistas
e o disponibiliza para todos os concorrentes. Já entrevistou até quem todo
mundo sabe que só se diz candidato, para voltar a ocupar cargo de primeiro
escalão em qualquer governo de prefeito eleito em 2016. É o caso do picareta do
“engenheiro de uma obra só”, Alfredo Melo, que nem no Partido verde terá votos
para registrar sua suposta candidatura. Questionados por jornalistas e
representantes de entidades classistas, eles vêm recebendo sucessivas
oportunidades de expor ao eleitorado seus programas de governo e suas ideias de
administração pública, invariavelmente sob o olhar e a crítica dos demais
candidatos. Apesar da rigidez das regras estabelecidas e do tempo restrito em
programas de rádio, televisão, jornais e blogs, trata-se de uma forma
transparente e democrática de avaliação de visões políticas. Ainda assim, fica
uma dúvida: será que o eleitor está aproveitando esses momentos de
transparência e democracia para colher informações que lhes permita fazer uma
boa escolha na hora de eleger seus governantes e representantes legislativos?
As pesquisas eleitorais já realizadas em Itabuna, têm demonstrado que uma
parcela expressiva do eleitorado simplesmente desconhece os pretendentes a cargos
públicos na cidade, ou simplesmente ainda os ignora. Esse é um comportamento
social que precisa ser modificado. Na sociedade do conhecimento e da
comunicação instantânea, já não se justificam mais a alienação e a rejeição à
política. Só teremos prefeito e vereadores dignos quando os cidadãos se
interessarem pelo processo eleitoral e fiscalizarem com rigor tanto os
candidatos que se oferecem ao pleito quanto os eleitos. A atual legislação,
infelizmente, não favorece o interesse dos eleitores pela campanha. Ao permitir
coligações partidárias destituídas de identidade programática e voltadas apenas
para o aproveitamento do tempo de tevê, acaba impondo aos eleitores uma
programação comprometida apenas com a propaganda, cara e desvinculada da
realidade. Ao mesmo tempo, restringe o trabalho jornalístico da mídia
eletrônica. Por isso, o eleitor itabunense precisa fazer uso dos recursos que a
tecnologia oferece para buscar informações independentes e para questionar seus
representantes políticos pelos meios que estiverem ao seu alcance. Mesmo com
propaganda suspeita e espaços jornalísticos cerceados, a democracia proporciona
outras formas de acesso à informação e outros instrumentos para que o cidadão
se transforme em protagonista efetivo do processo eleitoral.
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