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18 de setembro de 2015

É NECESSÁRIO HAVER COERÊNCIA EM QUEM CONDENA A DESONESTIDADE

O que não falta é falso profeta na política, igrejas e nos governos
O combate à corrupção tem sido discutido desde as conversas mais informais até a produção de planos com metas e sugestões para alcançar a tão sonhada sociedade limpa. Se, por um lado, o pedido por honestidade toma as ruas desde a pressão pela aprovação da Lei da Ficha Limpa, e, mais intensamente, a partir dos protestos de junho de 2013 e 2015, por outro, cidadãos ainda encontram dificuldade de vencer seus próprios vícios. É raro verificar alguém que nunca tenha cometido pequenos desvios de conduta no cotidiano. Como por exemplo, furar fila, ou comprar produtos falsificados. Ou ainda, quem nunca assinou o nome do coleguinha na lista de chamada da escola ou da faculdade? Ou ainda, não aceitou uma ficha médica preterida de alguém que estava na fila do posto médico e estacionar em local proibido. Todas as ações são tidas como corruptas, sabia? Esses comportamentos não deslegitimam o grito contra a corrupção e estão longe de ser a origem dos roubos aos cofres do governo, mas também atropelam o interesse público e mostram que o problema vai muito além dos três poderes. Por isso, não existe corrupção pequena ou grande. Corrupção é corrupção. Apesar disso, a pequena corrupção não é a causa da grande corrupção. Mas, de pouco em pouco, pequenos desvios de conduta podem representar prejuízos robustos. Os “gatos” na rede elétrica, causam prejuízos ao sistema e ao contribuinte, claro. Alguns estudiosos destacam que a corrupção não se trata de um mal exclusivo do Brasil, mas vício que ocorre em todos países, democráticos ou não. Por aqui, o jeitinho brasileiro, ainda resolve muitos problemas. Quando não, a célebre frase “sabe com quem está falando?”, se torna meio de enfrentar essas contradições e paradoxos de modo tipicamente brasileiro.

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