O povo da Lapa já associa o turismo à romaria e a fé |
Para aqueles que habitam a cidade der Bom Jesus da Lapa,
como o seu mundo secular e que retiram seu sustento das atividades relacionadas
com empreendimentos turísticos e comerciais desenvolvidos em torno da romaria,
as “mudanças que vêm ocorrendo na mentalidade dos romeiros por força da época”,
como se expressava um morador, são vistas com muita simpatia. A afirmação de
uma romaria ideal, que se institui a partir de regras de diferenciação e externalidade
em relação ao misticismo religioso, é a principal fonte de legitimação do
discurso e das práticas dos moradores. Seu olhar sobre os romeiros já deixa
transparecer este processo simbólico que procura tomar distância em relação ao
significado religioso da romaria. Ao se diferenciar dos romeiros, os moradores
trabalham no sentido de construir uma visão desmistificadora do evento. Os
moradores procuram anular a narrativa tradicional sobre a romaria não apenas
manifestando sua falta de consenso em relação aos sentidos construídos a partir
da dimensão mítica do evento, mas, sobretudo, inserindo a romaria numa outra
estrutura significativa que já possui um reconhecimento coletivo. Para isso,
deslocam as categorias próprias do turismo para dentro do campo religioso, como
o sentido ideal da romaria. Os moradores da Lapa estão, na verdade, autorizando-se
a transformar a romaria num grande evento turístico. Esta cobertura
jornalística conta com apoio da Prefeitura Municipal de Bom Jesus da Lapa,
Granja São João, Auto-Escola Regional, Casa do Mel, AETU e do deputado estadual
Augusto Castro.
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