Nunca se roubou tanto o erário, quanto nos tempos atuais |
Não faz muito tempo, os
parlamentares brasileiros decidiram que a renda do petróleo do pré-sal deve
destinar-se 75% para a educação e 25% para a saúde. Seriam bilhões por ano. A
redenção. O que ninguém imaginava é que na calada da noite uma quadrilha de petistas
e seus lacaios larápios, de plantão na Petrobras, resolveu repartir entre si 3%
do valor dos contratos entre a Mãe Petrobras e seus fornecedores reunidos em
cartel. Bilhões por ano. Uma armação inacreditável. Desde a descoberta do
pré-sal em 2006, a Petrobras fez encomendas de equipamentos e serviços no valor
de R$ 220 bilhões, pondo-se a produzir em passo acelerado. No final do ano
passado, a produção do pré-sal chegou a 700 mil barris/dia, ou quase 40% do
total nacional, um sucesso que representa a conquista final da
autossuficiência. E o que aconteceu? Enquanto era descoberto, investigado e
denunciado pelo Ministério Público Federal o esquema de corrupção nas
encomendas e contratos da Petrobras, o preço do petróleo no mercado
internacional caía pela metade, colocando duplamente em risco a rentabilidade
da galinha dos ovos de ouro do pré-sal. Resultado?
Está todo mundo perplexo. Ninguém esperava nem suspeitava que diretores da Petrobras,
naturalmente muito bem remunerados, com salários anuais entre R$ 500 mil e R$ 1
milhão, se dedicassem a manipular encomendas de equipamentos e contratos de
serviços para tirar uma casquinha, em conluio com empreiteiras e cumplicidade
com petistas e seus comparsas. Um agravante lamentável dessa história é que,
até 2010, quem presidia o conselho de administração da Petrobras era Dilma
Rousseff, então chefe da Casa Civil e posteriormente eleita, duas vezes, para a
presidência da República. Podemos pensar que tudo isso configura uma
brincadeira dos deuses que pode vir a favorecer os antigos conglomerados
internacionais do petróleo que circulam feito tubarões pelas águas de todos os
oceanos. O pré-sal brasileiro é a bola da vez para a indústria petrolífera nos
EUA. Pois a verdade é que o petróleo, 160 anos depois de ser descoberto em solo
norte-americano, ainda é o principal combustível do mundo. Têm razão os
nacionalistas brasileiros ao presenciar o enfraquecimento da Petrobras, o
esvaziamento das empreiteiras e a desmoralização dos políticos, como se a ética
tivesse sido varrida do território nacional. Aparentemente, tudo conspira para
que a galinha dos ovos de sal escape do controle dos brasileiros.
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