Dilma está com filme queimado e mal na foto! |
A inabilidade e descolamento
da realidade da presidente Dilma alcançou um novo patamar neste domingo. Ao
fazer um pronunciamento em cadeia de televisão, rompendo meses de silêncio,
conseguiu falar não só tarde demais como errado demais, tanto no texto quanto
no tom. Melhor teria sido continuar quieta. Seu jeito é o habitual deslocado e
esquisito, que passa por ventriloquismo, falsidade. Subitamente, depois da
campanha eleitoral que era só otimismo, agora Dilma “descobriu” que são
necessárias medidas econômicas mais duras, pediu confiança e disse que as
dificuldades serão repartidas com justiça. Esse sim seria um ótimo discurso de
campanha (fora o fato de que garantiria sua derrota). Não caberia de jeito
nenhum o tom genérico que adotou no pronunciamento, como se o Brasil não
estivesse vindo abaixo. Ela conseguiu fazer colar em si mesma a pecha de que é
o problema, de que tem a ver com “tudo de ruim que está aí”. As escolhas de
campanha chantagistas, oportunistas e mentirosas de Dilma e Lula estão cobrando
muito cedo seu custo. Resultado: um panelaço espontâneo durante o próprio
pronunciamento, em mais de dez capitais e no distrito federal, cujo alcance
ainda está sendo medido. É um hábito da esquerda ortodoxa desqualificar as
manifestações que ela mesma não controla: no caso, seriam manifestações das “elites”.
Foi Dilma que escolheu o dia da Mulher para uma fala inadequada, indigna de uma
presidente em exercício. Ela errou em reclamar contra madames com panelas no
dia da Mulher. Dilma achou que a (boa) notícia da lei do feminicídio ia
sustentar todo o resto – sendo que todo o resto é só o país em plena crise
econômica e política. Não sustentou. Agora não resolve nada jogar a culpa toda
no “ódio da direita coxinha” e na elite. Sem dois dedos de autocrítica, a casa
vai cair. Provavelmente nem há mais tempo para autocrítica. Dilma, neste
domingo, fez o que Fernando Collor fez em 1992, quando pediu para saírem à rua
em defesa dele, vestidos nas cores nacionais e usando fitas verdes e amarelas.
Conseguiu inverter a tal chavinha: transformar todo o entusiasmo que tinha
carreado na campanha eleitoral em repulsa.
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