Ao longo de minha vida profissional
tenho lidado com muitos contratempos. Problemas parecem ser algo comum às
nossas vidas. O melhor seria que eles não existissem, mas se ocorrer que não
cause grandes danos a nossa saúde, entes queridos, finanças, relacionamentos,
demais áreas da vida e o que é mais importante: que não nos impeça de
progredir. Estou sempre mais atendo aos relatos de pessoas que se dizem com
problemas. Percebo que em boa parte do tempo nos preocupamos em demasia: em
muitos casos o problema sequer ocorreu e já estamos sofrendo pelo que poderá
ocorrer. O mais grave é que a preocupação em excesso desvia a energia da área
produtiva para o sofrimento, contribuindo ainda mais para o agravamento da
situação. Mas, o que fazer para evitar ou minimizar a agonia diante de momentos
conturbados. Como trabalho com consultoria para o varejo, não raro deparo-me
com empresários e executivos arrancando literalmente os cabelos devido à falta
de rentabilidade das empresas. Isso sempre ocorre quando a economia dá sinais
de retração e os lucros minguam. Ainda que momentaneamente, é uma choradeira
só. É como se fossem crianças na recepção do consultório médico: se uma chora,
todas as demais choram ao mesmo tempo. Com os consultores de vendas a situação
não é diferente. Sempre que há queda nas vendas, mais que depressa, eles adotam
o mesmo discurso de sempre e até parece que é o fim do mundo. É um tal de dizer
que não dá mais, que não poderá pagar as contas, que os clientes desapareceram,
que o país está em crise, que a profissão de vendas acabou e por aí vai.
Aprendi duas coisas: a primeira que lamentar não resolve os problemas apenas os
tornam maiores ainda. Diante disso, uma boa estratégia é adotar a máxima que
diz: “não se preocupe, se ocupe”. Se é de madrugada e o filho não chegou em
casa, de nada adiante ficar preocupado. Ao invés disso, pegue o telefone e
ligue para ele. Se não conseguir falar contate os amigos dele e logo obterá
notícias. Ou pode pensar que tudo está bem e dormir sossegado, até porque a
notícia ruim chega rápida e se não chegou é porque está tudo bem. Quanto ao
exemplo dos empresários ao invés de reclamar da falta de lucros, o melhor é traçar
novas estratégias e persegui-las com obstinação. Pois assim nos ensina a letra
da música do ilustre compositor Geraldo Vandré: “quem sabe faz a hora, não
espera acontecer”. Quanto aos vendedores, o melhor é usar o tempo que fica lamentando
para contatar os clientes antigos e oferecer algo e, se eles não quiserem
comprar, pergunte se conhece alguém que queira. Agindo assim terá mais chances
de vender e ganhar o dinheiro que tanto necessita do que se ficar, o tempo
todo, lamentando a situação. Não existe nada mais chato do que ouvir choradeira
de gente pessimista, não é mesmo? A segunda coisa que aprendi é ver os
problemas como se fossem horizontes e não obstáculos intransponíveis. Os dois
nos motivam ir adiante, a diferença é que quando superamos um obstáculo
relaxamos para tomar fôlego, e acabamos ultrapassados. Já os horizontes, sempre
que pensamos chegar nele o vemos mais distantes ainda.
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