Uma reportagem do New York
Times promete deixar todos os envolvidos na Copa do Mundo de 2014
assustados. Fantasma presente em diversos países, inclusive com grandes times
já tendo sido punidos por conta disso, o texto fala sobre manipulações de
resultados que aconteceram antes da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul,
nos preparativos para o Mundial. Segundo o relato de Declan Hill e Jeré
Longman, ao menos cinco partidas foram manipuladas antes do apito inicial para
a Copa, envolvendo também o país anfitrião, por uma empresa de Cingapura já
conhecida pela prática de compras de resultados. Dentre as evidências,
fica clara a facilidade com que a empresa asiática conseguiu colocar o esquema
para funcionar na África do Sul, lugar onde seria disputado o Mundial. O jogo citado com mais veemência por entre
África do Sul e Guatemala, realizado em maio de 2010 e que terminou em 5 a 0
para os anfitriões. Em dificuldade financeira, a Federação Sul-Africana
aceitou a "ajuda" da empresa na indicação do árbitro para o amistoso,
onde seriam pagas todas as despesas dos oficiais em troca desse poder de
escolha. Ibrahim Chaibou, do Niger, foi apontado como o árbitro do jogo e
realizou uma série de marcações duvidosas, como pênaltis inexistentes contra os
guatemaltecos. Dois pontos foram altamente destacados. O primeiro é que,
durante a partida, as apostas no número de gols marcados pelo time da casa foram aumentando
anormalmente, o que colocou em dúvida a veracidade do resultado. Outro
indício foi o fato de Chaibou ter depositado uma alta quantia no banco horas
antes do jogo, testemunhado por outro árbitro que estava na viagem. A quantia
foi tão alta que o banco entregou uma moeda comemorativa a Chaibou, com o
símbolo de Nelson Mandela. Outras partidas também são citadas, como o amistoso
contra a Dinamarca, na sequência. Apesar de todas serem amistosas, o fantasma
sobre uma manipulação no Brasil, em 2014, preocupa a todos. Em 2010, Wilson Raj
Perumal, um manipulador de Cingapura, tentou comprar uma partida por 400 mil dólares, mas o
árbitro não aceitou o suborno. A prática da compra de resultados está
aumentando perigosamente no futebol, já que o número de apostas no esporte é
alto. Como a procura maior é por grandes eventos, a Copa do Mundo torna-se um
evento potencial para as manipulações. Aquelas federações, como a África do
Sul, que não têm grande poder aquisitivo e passam por crise financeira, são
lugares em que os manipuladores podem adentrar facilmente e mudar o resultado
de um jogo, inclusive durante o Mundial. Fato que preocupa também é que a
própria FIFA, nesse caso da África do Sul, não fez uma grande investigação e o
árbitro envolvido no esquema se aposentou em 2011, um ano depois, como relatam
os jornalistas na matéria. Atualmente, a entidade já tem em mente o alerta
sobre o Mundial no Brasil, no próximo mês, mas ninguém garante que manipulações
como essa não possa ocorrer aqui na América do Sul.
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