O ano de 2014 demandará toda a atenção dos brasileiros. Os focos de distração serão bem atraentes, em especial a mobilização em torno da Copa do Mundo. Mas vale lembrar outro grande evento que deve levar à reflexão sobre o que realmente importa: em outubro, haverá eleições para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. E o que não falta são problemas para serem debatidos – não apenas pelos candidatos, mas principalmente pelos eleitores, sendo que a educação é o principal deles. A deficiência educacional não tem impactos apenas pedagógicos, mas gera ondas progressivas de danos, como uma pedra lançada ao lago. Um estudante mal formado entra no ensino médio já com incapacidade para acompanhar as matérias cada vez mais complexas. Basta um exercício prático: imagine o aluno médio de 15 anos, escrevendo o português completamente errado?. Lance-o três anos à frente. Como assimilará as obras de Guimarães Rosa? Como calculará as complexas matrizes ou reações químicas? Outro salto no tempo, o estudante chega à faculdade e, alguns anos depois, está às portas do mercado de trabalho, enfrentando as dificuldades de conquistar o primeiro emprego. Muitos conseguirão compensar as deficiências do ensino com um dedicado autodidatismo, mas outros tanto dependerão de competências e habilidades que somente poderão adquirir se forem beneficiados pela oportunidade de capacitação prática propiciada por programas de aprendizagem e de estágio. Mas, no final da história, quem paga a conta é o país, cujo desenvolvimento sustentável depende diretamente da qualificação de seu capital humano. Assim, independentemente do partido e do cargo a ser ocupado pelo candidato eleito – e de quem ganhar a Copa –, a educação deve ser a prioridade.
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