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3 de janeiro de 2014

ELEIÇÕES ATROPELARAM O CALENDÁRIO E FEZ 2014 COMEÇAR NO ANO PASSADO

Não é nenhuma novidade dizer que este ano em início será nucleado pelas eleições. Sempre foi assim – e em qualquer lugar do mundo. Quando se está em jogo a mudança do comando de um país todas as forças vivas desse lugar entram em explicável transe; e, não raro, forças mortas, ou tidas como tal, remexem-se em seus sarcófagos, revividas pelo aroma de voto no ar. Neste sentido, 2014 será igual a 2010, 2006... Diferente, em intensidade, do frisson municipal de 2012, 2008... Afinal, a despeito da indiscutível importância dos municípios, a coisa complica quando se coloca em jogo a Presidência da República. E a hora da disputa maior é agora. Ou melhor, começou em outubro de 2012, antecipada pela iniciativa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em lançar o senador Aécio Neves como candidato tucano em bloqueio à disposição do eterno pretendente José Serra em marchar novamente para as urnas. A mídia culpou Dilma e Lula pela antecipação da campanha, mas, no fundo, ninguém estava, ou está, muito preocupado com quem se adiantou. A disposição das forças em luta não foi alterada pelo apressamento da velha política café com leite. Novidade também não será a manipulação das interpretações econômicas sobre o ânimo do eleitor. Salvo poucas exceções, o PIB sempre foi utilizado como arma eleitoral, e não é ruim que assim seja. É bom que quem esteja no governo tenha mais preocupações e sofra ainda mais pressões para melhorar o desempenho econômico nacional. Depois da pequenez do crescimento da economia no biênio 2012/2013, o ímpeto eleitoral faz os economistas de oposição afirmarem que em 2014 o percentual de crescimento deverá ser menor que no ano passado, enquanto os mais simpáticos ao Planalto garantem um percentual maior para o PIB no fechamento das contas deste ano iniciado há três dias. Dificuldades sociais e econômicas, portanto, são previsíveis para este ano em função da junção de dois fatores: problemas renitentes na economia global e injunções político/eleitorais no Brasil. Nada de novo, apesar de preocupante.

Um comentário:

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