O ESTUDANTE É O QUE VESTE

Fracassos e sucessos na vida do ser humano têm a ver com a base educacional adquirida na escola e na convivência familiar, é óbvio. As táticas podem ser aperfeiçoadas, porém os preceitos são imutáveis. Na selva, os animais adultos praticam os ensinamentos que aprenderam quando jovens. Defendem-se contra ataques inimigos, caçam pela sobrevivência, protegem com destemor as suas crias ensinando-lhes a escapar das adversidades até se tornarem independentes. São rígidos e punem os filhotes quando ultrapassam os limites da intolerância. Incomoda-me e resmungo contra os excessos praticados pela chamada “escola moderna” que demonstra claramente uma cumplicidade ruim entre educadores e alunos nas salas de aula. Adolescentes de sandalinha de dedo, camiseta regata, bermuda, blusinha e short sensual, e outros adereços que, no meu modo “ranzinza” de pensar, são desrespeitosos. Nas faculdades, é uma descompostura só. Não imaginem que em pleno século vinte e um esteja eu a sugerir voltar no tempo quando os colégios exigiam pesadas fardas em tecido cáqui com faixa colorida na lateral da calça mais parecendo uniforme militar. Meninas de saia comportada, sapatinho e meias até a canela. Não é esse o X da questão. Trata-se de disciplina e apreço à escola e aos mestres que, com grande esforço e sabedoria,  preparam os jovens para viverem no futuro, uma vida cidadã. O colégio como ambiente de formação e educação da juventude não pode simplesmente abrir suas portas permitindo que o alunado frequente a sala de aula quase em traje de banho. Entendo isso não como liberalidade, mas, sim, vulgaridade, absoluta falta de postura. A começar pela família, que permite que filhos saiam de casa como se estivessem a caminho da praia ou outro tipo de lazer. A escola é um território onde se constrói valores e projetos de vida. É o único caminho para minimizar as desigualdades sociais e a miséria estimulantes da violência, inclusive contra os próprios professores.