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Câmara

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9 de outubro de 2013

JUSTIÇA NUNCA SE FAZ COM AS PRÓPRIAS MÃOS



A expressão “olho por olho, dente por dente” é milenar e todas as gerações ouviram falar em algum lugar, em algum templo talvez, porque é uma frase bíblica. Nos tempos modernos, interpreta-se como vingança, pagar na mesma moeda pelo crime, pelo mal cometido. É assim que as pessoas estão reagindo nas ruas quando flagram um delito e conseguem pôr as mãos no criminoso. Explode o instinto perverso que vem das profundezas da alma do ser humano e, reunidos em bando, partem sem dó nem piedade para o linchamento – em fração de minutos, o infrator vira vítima da fúria, do ódio de uma multidão monstruosamente descontrolada. Violência gerando mais violência. Na ânsia de fazer justiça com as próprias mãos, os pretensos justiceiros viram criminosos tanto quanto o bandido que ficou estendido num lugar qualquer, morto ou próximo do seu último suspiro de vida. Linchar seres humanos, mesmo que sejam ladrões, estupradores, vagabundos de toda a espécie, é crime, apesar de não estar inserido no Código Penal Brasileiro, exceto quando há homicídio resultante do espancamento. Mas, acusar a quem, se são muitos os vingadores? Não conheço nenhum caso em que os linchadores tenham sido punidos pela truculência. Lamentável! Isso está acontecendo sucessivamente em Salvador e no interior baiano. Uma manifestação clara da revolta popular pela descrença da sociedade na questão da segurança pública. É preocupante, mas nada justifica a atitude selvagem da multidão. Formar um corredor da morte para apedrejar, bater até sentirem gosto e cheiro do sangue jorrando sem parar é uma monstruosidade injustificável. Se o meliante deu bobeira e foi pego, entregue-o à polícia. Espancá-lo até a morte é uma atitude insana. Ninguém tem o direito de torturar vítimas, mesmo sendo um bandido sanguinolento. Linchar não é sinônimo de justiça. Não podemos nos deixar influenciar pela violência que gratuitamente entra todos os dias em nossas casas pelos noticiários do rádio e dos jornais; pelos inúmeros programas de rádio que transmitem em extensos horários os acontecimentos mais horrorosos vividos pela sociedade. E como se não bastasse, as famílias estão se trucidando no sacrossanto ambiente de suas próprias casas. A violência está explicitamente incontrolável.

7 comentários:

  1. Quem mata quem mata não mata?
    Então aonde está a Justiça aí?
    Paulo Vieira de Oliveira

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  2. É a desmoralização e bestialização da sociedade.
    Talvez esses episódios fossem evitados se no Brasil existisse uma Justiça de verdade.
    Joselito Gomes

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  3. Juliana Nunes de Carvalho09 outubro, 2013

    Mais uma excelente matéria.
    Parabéns Val Cabral.
    E bola pra frente.
    Vc é um dos poucos em que podemos confiar.

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  4. Eu não concordo com essa selvageria desmedida e injusta, sou contra qualquer ato de violência, ao linchá-los estaríamos nos igualando à eles à nível de selvageria e crueldade.
    Rodrigo Sabóia de Magalhães

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  5. Antonio Duarte de Carvalho09 outubro, 2013

    Val Cabral, isso é lamentável. Isso só iguala as pessoas na maldade, porque se ele fez um mal, você também está fazendo. Só uma mente muito pequena e mesquinha não consegue ver isso.

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  6. CASOS DE ESTUPRO SEGUIDO DE MORTE RESULTAM NA MORTE DO ASSASSINO DENTRO DA CADEIA.
    O SUJEITO É ENTREGUE AOS OUTROS PRESOS QUE "ACABAM"
    COM ELE DURANTE UMA NOITE E DEPOIS A POLICIA RETIRA O QUE
    SOBRAR DA CELA E JOGA NA PORTA DO HOSPITAL.
    COMPLICADO ! EU NÃO ACHO QUE SEJA CORRETO.
    Júlio Ernesto de Freitas

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  7. Dineides Rocha09 outubro, 2013

    Sou a favor da pena de morte mas não a favor da impunidade, todo ser humano merece respeito mas a população já não aguente mais tanta impunidade... hoje um vagabundo destes assalta e mata um pai de família e fica impune por que é de menor... ainda vem os direitos humanos e os religiosos passar a mão na cabeça destas pragas dizendo que Deus quer que amemos nossos inimigos e que temos que perdoar... hora BASTA!
    aonde não há justiça numa sociedade liderando-a há o socialismo ditador...
    e isto não podemos viver pois não somos escravos e nem merda para que as autoridades deste pais cuspam em nossas opiniões não dando a elas atenção devida.

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