O policial militar aposentado Arnaldo Alves
Ferreira, de 68 anos, foi morto na tarde de sexta-feira por um grupo de índios
guarani-caiová do assentamento Lagoa Rica, localizado em Douradina, a 190
quilômetros de Campo Grande. O policial tinha uma propriedade ao lado
da área indígena. De acordo com o delegado regional de Dourados, Carlos
Videira, o proprietário rural havia instalado cerca elétrica em sua propriedade
por conta dos problemas que vinha enfrentando com os índios, e nesta semana,
ele agrediu com golpes de facão dois deles que estavam perto da cerca. Os
índios prestaram queixa à polícia e no final da manhã de sexta-feira Arnaldo
Ferreira recebeu dos policiais a intimação para prestar depoimento. Segundo o
delegado Videira, ele teria se irritado e, armado, foi sozinho ao assentamento
indígena. Lá, foi rendido, amarrado e agredido pelos índios com golpes de
flecha e facão. A polícia foi avisada já no final da tarde, por um índio da
comunidade e uma equipe foi até o local já com uma ambulância. Quando a polícia
chegou ao local, o PM aposentado ainda estava amarrado e muito ferido. Ele foi
colocado na ambulância, mas morreu antes de chegar ao hospital. De acordo com o
delegado regional, a arma do ruralista estava com todas as munições
deflagradas, mas não se sabe se foi ele ou os guarani-caiová que fizeram os
disparos. O indígena João da Silva, de 51 anos, foi preso em flagrante e está
isolado em uma das celas da delegacia, por questão de segurança. Ele disse que
outros três índios participaram das agressões ao ruralista, e agora a polícia
está tentando localiza-los e prendê-los. Os indígenas e a Polícia Militar
afirmam que o produtor rural atirou e um dos disparou feriu a orelha de João da
Silva. Carlos Videira afirmou que não há comprovação de que o policial
aposentado tenha atirado, pois o ferimento no indígena preso aparentemente
teria sido provocado por uma coronhada. "Só a perícia poderá apontar quem
atirou", afirmou o delegado. A Federação da Agricultura de Mato Grosso do
Sul (Famasul) afirmou que o crime é resultado de uma situação que se arrasta há
anos na região sul do Estado, de conflito entre índios e fazendeiros. Em entrevista coletiva na manhã deste sábado, o diretor da Famasul,
Almir Dalpasquale, cobrou ações do Ministério da Justiça.
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