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13 de abril de 2013

PM É ASSASSINADO A GOLPES DE FLECHA E FACÃO


O policial militar aposentado Arnaldo Alves Ferreira, de 68 anos, foi morto na tarde de sexta-feira por um grupo de índios guarani-caiová do assentamento Lagoa Rica, localizado em Douradina, a 190 quilômetros de Campo Grande. O policial tinha uma propriedade ao lado da área indígena. De acordo com o delegado regional de Dourados, Carlos Videira, o proprietário rural havia instalado cerca elétrica em sua propriedade por conta dos problemas que vinha enfrentando com os índios, e nesta semana, ele agrediu com golpes de facão dois deles que estavam perto da cerca. Os índios prestaram queixa à polícia e no final da manhã de sexta-feira Arnaldo Ferreira recebeu dos policiais a intimação para prestar depoimento. Segundo o delegado Videira, ele teria se irritado e, armado, foi sozinho ao assentamento indígena. Lá, foi rendido, amarrado e agredido pelos índios com golpes de flecha e facão. A polícia foi avisada já no final da tarde, por um índio da comunidade e uma equipe foi até o local já com uma ambulância. Quando a polícia chegou ao local, o PM aposentado ainda estava amarrado e muito ferido. Ele foi colocado na ambulância, mas morreu antes de chegar ao hospital. De acordo com o delegado regional, a arma do ruralista estava com todas as munições deflagradas, mas não se sabe se foi ele ou os guarani-caiová que fizeram os disparos. O indígena João da Silva, de 51 anos, foi preso em flagrante e está isolado em uma das celas da delegacia, por questão de segurança. Ele disse que outros três índios participaram das agressões ao ruralista, e agora a polícia está tentando localiza-los e prendê-los. Os indígenas e a Polícia Militar afirmam que o produtor rural atirou e um dos disparou feriu a orelha de João da Silva. Carlos Videira afirmou que não há comprovação de que o policial aposentado tenha atirado, pois o ferimento no indígena preso aparentemente teria sido provocado por uma coronhada. "Só a perícia poderá apontar quem atirou", afirmou o delegado. A Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul) afirmou que o crime é resultado de uma situação que se arrasta há anos na região sul do Estado, de conflito entre índios e fazendeiros. Em entrevista coletiva na manhã deste sábado, o diretor da Famasul, Almir Dalpasquale, cobrou ações do Ministério da Justiça.

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