Os cidadãos e cidadãs que se preocupam com a Administração Pública sabem que um prefeito é eleito para administrar a sua cidade. Mas, em Itabuna, tão logo pôs os pés na prefeitura, o prefeito Vane do Renascer passou a se julgar um “iluminado” (só se for a la Jack Nicholson, no filme com o mesmo nome), um verdadeiro estadista (numa cidade?!) dando o primeiro passo para chegar aos maiores postos (talvez Presidente da Galáxia?). Isto porque acha fácil conciliar os interesses individuais dentro do seleto grupo de dependentes crônicos do Poder Público (desde as grandes empreiteiras até uma pequena – por enquanto – firma de terceirização). O prefeito fica então nessa de só tratar com capitalistas e pré-capitalistas. Grandes licitações, grandes negócios! Vane não se humilha a tratar de pequenas coisas que fazem o Bem Estar da População. Aqui em Itabuna basta a imprensa trazer à tona algum desses problemas pequenos para que o alcaide se esperneie todo, como um ator que entrou na cena errada e precisa improvisar. E improvisa mal. Se os vândalos depredam os banheiros públicos, a solução do prefeito é eliminar os banheiros públicos, e não “dar um chega-prá-lá” nos vândalos. Se os postos de saúde atendem mal a população, a culpa é jogada nos médicos, nos cidadãos, nos governos do Estado e Federal, ou nas chuvas. Ainda aqui em Itabuna, um desses problemas pequenos é a retirada, pela prefeitura (ou por firmas a quem a prefeitura terceiriza o serviço), de entulhos colocados nas vias públicas. Em qualquer cidade do sul da Bahia o problema é solucionado com a prefeitura estabelecendo um dia da semana para a coleta desses entulhos (por exemplo, toda quarta-feira). Aqui em Itabuna os entulhos, são retirados uma vez a cada… dois meses. Dois meses! Numa falta total de coordenação, os presidentes de bairro avisam a população de que “nos próximos dias” a prefeitura estará fazendo a coleta bimensal de entulhos. Os cidadãos e cidadãs começam a cortar galhos de árvores, a cortar toda a árvore, e a jogar os galhos, os troncos, e também móveis velhos, lixo e outros materiais, na calçada. Passa uma semana, e nada da prefeitura aparecer. O entulho vai crescendo, e as pessoas que fazem a poda das árvores nas residências mais abastadas, em vez de recolherem as sobras, as deixam também na calçada, à espera da coleta. E os montes vão invadindo as ruas. E passam 2 semanas, e passam 3 semanas, e passam 4 semanas, e passam 5 semanas, e nada da prefeitura aparecer. Em algumas ruas a passagem é fechada, obrigando motoristas e motoqueiros a mudarem de rota e vândalos começam a botar fogo nos monturos, agora cheios de folhas secas. Onde estará o prefeito de Itabuna? Onde estará o Secretário de Desenvolvimento Urbano? Onde estarão as firmas de serviço terceirizado? Estarão todos no Oriente Médio, resolvendo o problema palestino-israelense? Ou estarão numa praia de Itacaré, Porto Seguro, ou Ilhéus? Ou simplesmente sumiram? Socorro!
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