Nas minhas muitas
reflexões sobre a vida, cheguei a um elemento comparativo entre o ciclo dos
homens e o das árvores. Podem até achar que estou louco, mas vou mostrar o
quanto tenho razão. Assim como as árvores, nascemos através da germinação de
uma semente plantada dentro da barriga da nossa mãe. Pelo menos, isso é o que
nos dizem quando somos criancinhas. Depois que crescemos, descobrimos que os
termos e as ações são bem diferentes. Quando estamos sob a luz do sol,
precisamos de todos os cuidados necessários para que não sucumbamos às
intempéries da vida. Somos regados com amor, carinho e com as águas da
educação, companheirismo e boas amizades. Crescemos de acordo com o tratamento
recebido e florimos nossa copa de sabedoria e discernimento. Nossa sombra
aumenta cada vez mais, nutrida pelos bons sentimentos até que chega a época de
florir e lançar nossa semente na terra e perpetuar a espécie. Chegou a hora de
o mundo ver a continuidade do nosso esforço, do nosso trabalho e da nossa
existência. Só assim, teremos a certeza de que fizemos algo e chegamos a algum
lugar. Com o passar do tempo nossa frondosa folhagem cai pouco a pouco e
perdemos todo o vigor da juventude, e, assim, nossa sombra diminui. No final,
cada vez absorvemos menos nutrientes da terra e a seiva da vida deixará de
circular em nós, secando nossas folhas, flores, nosso tronco e enfraquecendo
nossas raízes, causando naturalmente a morte, fechando mais um ciclo que passou
como uma rajada de vento. Terminaremos, então, como uma árvore seca, mortos,
num mórbido semblante, árido como um deserto. Como eu disse, o nosso ciclo é
semelhante ao de uma árvore, mas com uma grande diferença: as árvores não
devastam a natureza.
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