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Câmara

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4 de abril de 2013

O CICLO DA VIDA REVIGORA-SE A CADA NETO, ÁRVORE...



Nas minhas muitas reflexões sobre a vida, cheguei a um elemento comparativo entre o ciclo dos homens e o das árvores. Podem até achar que estou louco, mas vou mostrar o quanto tenho razão. Assim como as árvores, nascemos através da germinação de uma semente plantada dentro da barriga da nossa mãe. Pelo menos, isso é o que nos dizem quando somos criancinhas. Depois que crescemos, descobrimos que os termos e as ações são bem diferentes. Quando estamos sob a luz do sol, precisamos de todos os cuidados necessários para que não sucumbamos às intempéries da vida. Somos regados com amor, carinho e com as águas da educação, companheirismo e boas amizades. Crescemos de acordo com o tratamento recebido e florimos nossa copa de sabedoria e discernimento. Nossa sombra aumenta cada vez mais, nutrida pelos bons sentimentos até que chega a época de florir e lançar nossa semente na terra e perpetuar a espécie. Chegou a hora de o mundo ver a continuidade do nosso esforço, do nosso trabalho e da nossa existência. Só assim, teremos a certeza de que fizemos algo e chegamos a algum lugar. Com o passar do tempo nossa frondosa folhagem cai pouco a pouco e perdemos todo o vigor da juventude, e, assim, nossa sombra diminui. No final, cada vez absorvemos menos nutrientes da terra e a seiva da vida deixará de circular em nós, secando nossas folhas, flores, nosso tronco e enfraquecendo nossas raízes, causando naturalmente a morte, fechando mais um ciclo que passou como uma rajada de vento. Terminaremos, então, como uma árvore seca, mortos, num mórbido semblante, árido como um deserto. Como eu disse, o nosso ciclo é semelhante ao de uma árvore, mas com uma grande diferença: as árvores não devastam a natureza.

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