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Câmara

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3 de abril de 2013

NADA DE “SALVE-SE QUEM PUDER”


Os tempos mudaram pra muito pior, porque as pessoas ficaram piores em seus comportamentos. No palavreado e costumes atuais não se utiliza mais os pedidos de desculpas; de licenças; por obséquio; sente-se em meu lugar; aguardo enquanto você desocupa; não tem importância; não foi nada; fique à vontade e por aí vai. Não é um problema do linguajar e sim, do comportamento das pessoas. Também em tempos não muito remotos era comum se ouvir ao reconhecer-se um erro de qualquer natureza ou até mesmo de uma palavra mal colocada, um pedido de perdão, o qual era aceito de pronto. Atualmente, se esbarramos em alguém, o que ouvimos são palavrões, olhares hediondos e até, quem sabe, sermos passíveis de agressões físicas. Deu a louca no mundo. Foi-se o tempo elegante das cortesias, do reconhecimento dos erros, do pode passar na minha frente, do ceder de lugares, dos muito obrigados, do aguardar para falar, do dar a mão a quem, literalmente, escorregava, do esperar a vez, do pedido de desculpas, do pedido de perdão. As famosas palavrinhas mágicas “Por favor, e muito obrigado” definitivamente desapareceram. Ninguém sabe nem mais o que é isso. Virou tudo à força bruta. Agora é tudo no empurra-empurra, do deixa cair, do despencar na porta do ônibus, do “salve-se quem puder”. Nem sabem os que assim agem o que estão perdendo com esta ignorância gratuita, pois assim procedendo e diante de tais atitudes animalescas, jamais poderão desfrutar da satisfação de sentir o quanto é valioso um pedido de desculpa, um olhar agradecido ou um aperto de mão solidário. É triste vermos a humanidade descer, tão insensível, de ladeira a baixo. Mesmo assim, ainda acreditamos que ela não está perdida. Vamos insistir na boa educação, nos bons costumes e na velha solidariedade humana. É isso aí, desistir, nunca, senão ficaremos para trás e os “salve-se quem puder” ganharão espaços que nunca a eles pertenceram. 

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