O que devem fazer o governo municipal para melhorar a
mobilidade urbana em Itabuna? Sempre que consultada sobre o que considera os maiores
problemas de Itabuna, a população costuma eleger prioritariamente os itens
segurança, saúde e mobilidade urbana. Acontece que segurança é uma questão constitucional
do governo estadual com apoio da União, saúde é atribuição das três esferas de
poder, enquanto mobilidade urbana é uma responsabilidade do município. Para
solucionar esse problema, a prefeitura necessita de apoio dos governos estadual
e federal na definição da política nacional para o setor e no aporte de
recursos, uma vez que mais de 60% dos brasileiros já moram nas cidades de
grande e médio portes. Nas eleições do ano passado, o tema mobilidade urbana
fez parte das propostas de governo do então candidato Vane do Renascer, sendo
tema recorrente em debates, reuniões e peças da propaganda eleitoral do PRB e
seus aliados. Prometeu-se muito mais do que é possível fazer, o que é até
natural em tais circunstâncias: Vane queria se mostrar o melhor candidato ante
os olhos do eleitor e sagrar-se vencedor do pleito. Ocorre que, quando chega a
hora de enfrentar a realidade, cai a ficha de que, nem sempre, o ideal
prometido é passível de implantação no mundo real. Isso porque, depois de 20
anos praticamente sem investimentos federais na área de mobilidade urbana, hoje
existem problemas de difícil solução no curto prazo, tais como carência de
infraestrutura, falta de capacitação técnica e inexistência de projetos
estruturantes. Logo, não existem soluções milagrosas que possam ser
implementadas e apresentem resultados de uma hora para outra, sem o devido
planejamento, elaboração de projetos, capacitação de pessoal, obras de
infraestrutura e a estruturação dos órgãos de gerência. A administração
municipal precisa adotar medidas urgentes para incentivar o uso do transporte
não motorizado, recuperar os passeios e calçadas para melhorar os deslocamentos
a pé, implantar redes cicloviárias, criar corredores de ônibus com faixas e
vias exclusivas, instalar câmeras e outras tecnologias de fiscalização e
controle para melhorar a fluidez do trânsito, bem como construir terminais de
integração dotados de conforto, funcionalidade e segurança. Ou seja, investir na mobilidade de
quem anda a pé, de bicicleta ou no transporte público, além de possibilitar a
atração de quem usa o transporte individual, pois quando o transporte coletivo
é eficiente, passa a ser usado por todos. Aliás, é o que ocorre nos países
desenvolvidos que há muito apostaram nesse caminho e já acontece em algumas
cidades brasileiras, como Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Essa realidade
tem que ser encarada com determinação e responsabilidade pelo prefeito Vane do
Renascer para que a população não seja enganada com falsas promessas.
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