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7 de fevereiro de 2013

O FILME DE DISPUTAS POLÍTICAS QUE NUNCA ACABA


O filme é velho, mas passa de novo, fazendo bastante barulho, desde que 2013 começou. Chega-se ao segundo mês do ano e ainda está em cartaz o enredo que trata da herança dos ex-prefeitos. Esse discurso acusatório de vários dos novos gestores não entrou na pauta do Ministério Público-MP e do Tribunal de Contas dos Municípios-TCM. Quem passou o cargo para um adversário nega o legado de dívidas e irregularidades – e aponta o dedo acusador de volta. As instituições citadas – MP e TCM – deveriam apurar o número de prefeitos que reclamam da herança maldita, alegando justamente terem recebido uma máquina praticamente arruinada. Quem mais tem denunciado um balanço do que herdou é a prefeita de Barro Preto, Jaqueline Mota. Segundo ela, foi encontrada uma “bagunça geral” na administração municipal. Até “fantasma internacional” existiria, segundo seu relato em entrevista á imprensa. O ex-prefeito Adriano Clementino rebate as acusações e chama a sucessora de “infantil”. Para ele, não há nada de errado nas contas que deixou – ao contrário do que afirma a nova gestão. Como não se pode avaliar nada (e muito menos decidir alguma coisa) a partir de versões contrárias, expostas de acordo com a conveniência de cada parte, o ideal seria que houvesse um mecanismo para aferir a “verdade verdadeira”. Por enquanto, o que se tem é o silencio ensurdecedor de duas instituições de investigação. Com a omissão do MP e TCM, não se sabe exatamente como isso pode esclarecer os fatos. Todos os ex-prefeitos garantem que deixaram tudo em ordem na despedida; mas os que chegaram logo em seguida afirmam precisamente o contrário. Assim, o filme passa na tela como em outras épocas de sucessão. A população acompanha o bate-boca sem ter como se defender dos excessos dos contendores. O certo é que nada disso deveria ocorrer; e a sociedade não pode tolerar o duelo entre gestores públicos que brigam apenas por seus interesses políticos e pessoais. Que o MP e o TC investiguem a fundo. E descubram algo de concreto.

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