O filme é velho, mas passa de novo, fazendo
bastante barulho, desde que 2013 começou. Chega-se ao segundo mês do ano e
ainda está em cartaz o enredo que trata da herança dos ex-prefeitos. Esse discurso
acusatório de vários dos novos gestores não entrou na pauta do Ministério
Público-MP e do Tribunal de Contas dos Municípios-TCM. Quem passou o cargo para
um adversário nega o legado de dívidas e irregularidades – e aponta o dedo
acusador de volta. As instituições citadas – MP e TCM – deveriam apurar
o número de prefeitos que reclamam da herança maldita, alegando justamente
terem recebido uma máquina praticamente arruinada. Quem mais tem denunciado um
balanço do que herdou é a prefeita de Barro Preto, Jaqueline Mota. Segundo ela,
foi encontrada uma “bagunça geral” na administração municipal. Até “fantasma
internacional” existiria, segundo seu relato em entrevista á imprensa. O ex-prefeito
Adriano Clementino rebate as acusações e chama a sucessora de “infantil”. Para
ele, não há nada de errado nas contas que deixou – ao contrário do que afirma a
nova gestão. Como não se pode avaliar nada (e muito menos decidir alguma coisa)
a partir de versões contrárias, expostas de acordo com a conveniência de cada
parte, o ideal seria que houvesse um mecanismo para aferir a “verdade
verdadeira”. Por enquanto, o que se tem é o silencio ensurdecedor de duas
instituições de investigação. Com a omissão do MP e TCM, não se sabe exatamente
como isso pode esclarecer os fatos. Todos os ex-prefeitos garantem que
deixaram tudo em ordem na despedida; mas os que chegaram logo em seguida
afirmam precisamente o contrário. Assim, o filme passa na tela como em outras
épocas de sucessão. A população acompanha o bate-boca sem ter como se defender
dos excessos dos contendores. O certo é que nada disso deveria ocorrer;
e a sociedade não pode tolerar o duelo entre gestores públicos que brigam
apenas por seus interesses políticos e pessoais. Que o MP e o TC investiguem a
fundo. E descubram algo de concreto.
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