Na volta aos trabalhos, na
quarta-feira (6/2), depois do recesso parlamentar, a Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas da Câmara vai intensificar as
investigações na Bahia. Para o presidente da comissão, deputado Arnaldo Jordy
(PPS-PA), o estado virou “um fornecedor de matéria-prima humana para
exploração”. A intenção, segundo Jordy, é fazer uma série de reuniões da
comissão no estado tendo como ponto de partida o depoimento do casal preso
semana passada, pela Polícia Federal, em Salvador, acusado de enviar garotas à
Europa para exploração sexual. O requerimento será colocado em votação na
próxima quarta-feira. “Tínhamos uma convicção sólida na CPI de que, no estado
da Bahia, várias organizações criminosas estavam atuando”, disse Jordy à
Agência Brasil. Segundo ele, depois do episódio da doação ilegal de crianças no
município baiano de Monte Santo, outras denúncias chegaram ao colegiado. “Essa
prática do tráfico de pessoas na Bahia vai além do que poderia parecer, como
apenas um episódio isolado”, frisou o deputado. “Não há uma única rede [de
tráfico de pessoas], mas tudo isso é um mercado humano”, completou. De acordo
com a PF, o casal preso em Salvador convencia jovens baianas a trabalhar em
casas de show nas cidades espanholas de Salamanca e Ávila. Cinco brasileiras
foram libertadas com a descoberta da quadrilha e estão sob custódia das
autoridades da Espanha.
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