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21 de janeiro de 2013

ONG CRIA ÔNIBUS RESTAURANTE COM COZINHEIROS CEGOS


Um restaurante móvel totalmente escuro e servido exclusivamente por funcionários cegos pretende conscientizar os argentinos sobre a realidade enfrentada pelos deficientes visuais. O grupo de dez cozinheiros e garçons tem percorrido escolas, empresas e organismos públicos no ônibus transformado em restaurante ambulante por iniciativa de uma organização não-governamental voltada para a inclusão social. A fundadora da ONG Audela, criadora do projeto, a filósofa argentina Monica Espina, contou que os cozinheiros estudaram até quatro anos no Instituto Argentino de Gastronomia (IAG), onde aprenderam a fazer uma série de pratos, incluindo salgados, como pizzas e carnes, e sobremesas.Os integrantes do projeto chamado "Gallito Ciego" ("Galinho Cego", na tradução literal) têm entre 25 e 50 anos de idade e deficiência visual desde o nascimento ou adquirida por doenças como diabete. "O objetivo da iniciativa é gerar conscientização de que pessoas cegas também podem ser autônomas e realizar diferentes atividades profissionais", disse Espina à BBC Brasil. "No ônibus, eles cortam as verduras, cozinham, colocam a mesa, servem os clientes e lavam os objetos usados." Ela conta que há espaço para até 25 convidados no ônibus, que integra os trabalhos da ONG na localidade de Acassuso, no município de San Isidro, na província de Buenos Aires. A comida é servida no escuro para que pessoas com visão tenham a mesma experiência dos que não vêem, como contou uma das cozinheiras. O ônibus do Gallito Ciego começou a circular em outubro do ano passado e desde então esteve em 17 locais, incluindo uma empresa que os contratou na cidade de San Pedro, a quase 200 quilômetros de Buenos Aires, e em uma festa de um aniversario na capital argentina. "Nosso projeto é viajar por todo o país, gerando consciência para a questão", afirma Espina. "Por isso, pensamos neste ônibus bem equipado." Os cozinheiros recebem pagamento por hora de trabalho e contam com apoio do pessoal da ONG, como o motorista. Informações de Marcia Carmo, por Ângela Góes.

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