O consumo de crack se alastrou pelo
país alcançando quase todos os municípios brasileiros. Nem o mais histórico dos
pessimistas, do passado, poderia satanizar ou prognosticar que um dia grande
parte, quiçá a maioria, da população brasileira seria escrava das drogas. Mesmo
que eu evocasse pessimistas do naipe do pior que existe na história, não conseguiria
alcançar o tamanho do prejuízo que essa cultura da droga, com seus efeitos
danosos, traz aos que dela se servem. O fenômeno não é só privilégio dos
grandes centros urbanos, é de caráter global. Chama, também, a atenção à idade
dos usuários, jovens na faixa etária de 11 a 21 anos. Alguns, inclusive, já
comandam o tráfico de drogas, notadamente nos bairros de periferia. O problema é
mesmo, repito, de caráter universal. A doidice é quase total nos jovens do
mundo de hoje. Consequentemente, pode-se dizer que toda essa loucura juvenil é
produto de uma nova filosofia de vida em que a verdade e os valores são
relativos, dependentes de sua utilidade tanto para os indivíduos como para a
sociedade. Assim sendo talvez as “vãs filosofias” tenham as respostas para “os
por quês” dessa realidade sombria que se aproxima, cada vez mais, dos jovens. O
perfil da maioria do jovem, no mundo em que vivemos, consiste na desvalorização
dos supremos valores. Essa configuração de encarar a vida é fortemente
influenciada, hoje, pela mídia pornográfica, indutora de maus costumes; dessa
forma, a gurizada só fala em “ficar” “parada”, curtição em embalos alucinógenos
e tudo mais o que enche a mente de milhares deles. Esse apego, exagerado, aos
prazeres objetivos, fere e descaracteriza a própria estética; não se ostenta e
não prevalece sobre o interior ético responsável, cumpridor de suas obrigações
de jovem. Com tudo isso para deleitar-se, e sem ter de onde tirar a grana;
muitos jovens são levados a planejar e executar assaltos e outros crimes. Basta-nos
verificar os registros criminais para demonstrar que a delinquência juvenil
aumentou em proporção assustadora no mundo inteiro. Se formos enfáticos,
diremos que a indisciplina e o delito se acham presentes nos jovens, em escala
tal como jamais o mundo as conheceu. Num mundo assim em que os jovens são
considerados os “bandidos da era digital” o melhor é aliar-se à gente que não
se desespera, que pensa que é possível fazer algo e lutar por um futuro feliz
da juventude. Embora no momento, diante do estupor, miséria, desespero e
malefícios oriundos das drogas, mesmo à luz do mais otimista dos homens, pareça
não existir absolutamente qualquer possibilidade de, ao menos, remediar essa
situação.
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