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1 de novembro de 2012

VANE “É DE IR MAIS CEDO” PARA EVITAR O CAOS



É possível que eleitores do futuro prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, tenham familiaridade com a frase "ao vencedor as batatas", de Machado de Assis, em sua obra Quincas Borba. É possível também que muitos já tenham ouvido a expressão "batata quente", que se refere a alguma coisa difícil de ser encarada, por queimar as mãos. Juntando-se as duas coisas temos uma melhor visualização do que espera o novo prefeito, após sentar-se na cadeira que já foi, entre outros, para citar só os mais recentes, Geraldo Simões, Fernando Gomes e o Capitão Azevedo. Aliás, parece que a única coisa comum entre todos, além da origem humilde, é o fato de foram eleitos quando tudo parecia sinalizar o fracasso. Fernando Gomes, Geraldo Simões e Capitão Azevedo foram eleitos sem nunca ter sido considerado como favoritos. Vane vai pegar batatas quentes, uma atrás da outra; e isso já começa na hora do anúncio do secretariado. Interessa mais ao PRB e seus coligados – ainda que a Vane possa interessar, de verdade, ser um bom prefeito – o poder, os cargos, a dominação, a verba pública. A pressão para a distribuição do que foi conquistado pode deixar o prefeito eleito de cabelos brancos. Distante da impossibilidade de cumprir a maioria das promessas de campanha, o que por si só será já um tormento, o novo prefeito precisará de pulso firme, para conter a sanha comunista de reaparelhar a Prefeitura com os companheiros do partido e distribuir migalhas de poder a aliados da campanha que estão sobre a carniça como urubus. O prefeito, a partir de 2013, não terá maioria na Câmara Municipal. Vai precisar compor com outros partidos. No plano federal, durante a primeira gestão do governo Lula, o "compor" significou usar dinheiro público para comprar parlamentares e partidos para votar com o governo. Vane, por princípio, pode até ser contra isso, como disse na campanha. A questão é saber se resistirá à pressão dos "camaradas" e de quem “é de ir mais cedo”, com sede ao pote!. Vane dispôs-se a ser candidato. Aceitou ser "linha de frente" na empreitada de uma “terceira via”. Graças aos erros incontáveis de Azevedo e ao descrédito de Geraldo, logrou a vitória. Terá de saber encarar as batatas quentes, regular a sanha dos que desejam acesso aos cofres públicos, "negociar" com a Câmara Municipal e, ainda, administrar a cidade dentro dos compromissos que assumiu. E prepare-se o leitor, porque é tradição dos políticos sofrer de amnésia depois de eleito e não cumprir promessas. De todo modo é civilizado e democrático, juntar forças sadias em torno do novo alcaide, porque no caso de seu fracasso, o prejuízo será da cidade e de sua gente. Aliás, seria assim de todo modo, mesmo que fosse outro o eleito. Por razões que já expus aqui, a não ser em ambientes futuristas de tecnologias revolucionárias, Itabuna, como cidade, está fadada ao esgotamento crônico. Há graves problemas em setores cruciais como saúde, trânsito, infra-estrutura, assistência social, esportes, cultura e segurança. Itabuna está asfixiada. Precisa Vane renascer a esperança para o seu povo.  O novo prefeito vai sentir isso na pele e se conseguir superar minimamente as batatas quentes se tonará uma lenda – como nenhum outro foi.

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