Prefeitura Itabuna

Câmara

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23 de novembro de 2012

O GOVERNO ESTÁ PRESO A INEFICIÊNCIA DO SISTEMA CARCERÁRIO



Itabuna não é caso isolado da necessidade de transferência de presidiários para plagas longínquas. A comunicabilidade entre presos e seus grupos de comandados é um problema que, em muito, antecede aos tempos contemporâneos e todas as vantagens dos modernos instrumentos de telefonia móvel. Nos séculos precedentes a troca de correspondências, escritas e circuladas através das formas mais criativas inspiraram várias obras literárias. A telefonia celular e demais parafernálias comunicantes dos nossos dias atuais, apenas tornam mais fácil burlar o controle das autoridades prisionais. Mas, repetimos: o funcionamento dos presídios como epicentros de comando, exportando (e importando) orientações, é coisa muito antiga. No passado, ilhas foram tentadas como forma de controle das comunicações e redução de fugas. No Brasil, assinalam-se experiências de navios prisões e maior rigidez no controle das visitações aos encarcerados. Nenhuma dessas experiências pode ser considerada positiva. Todas produziram histórias tenebrosas. Nos dias em curso, ainda é cedo para uma avaliação consubstanciada do processo de transferência de presidiários, agora remetidos via aérea para presídios distantes de suas “bases”. Está sendo fácil suspeitar de que tal movimentação apenas provoca curtas interrupções nas redes de comunicação e comando do crime organizado. O caso mais conhecido desse espalhar de “escritórios” seria as paradas do notório Fernandinho Beira-Mar. Essa política de mudança de endereço é um paliativo para os grandes problemas do sistema prisional, no qual a construção de presídios batizados como “de segurança máxima” tem sido apenas sinônimo de gastos máximos em obras duvidosas e onde o apenado é premiado com 100% do tempo ocioso, livre para pensar, articular e encaminhar o que bem entender e devidamente sustentado pelo dinheiro público.

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